O ministério da Defesa da Sérvia defendeu esta quinta-feira que o país deve reintroduzir o serviço militar obrigatório, perante o aumento de tensões nos Balcãs.

Em comunicado, o ministério explicou que a proposta de serviço militar obrigatório até quatro meses é feita “com o objetivo de aumentar as capacidades de defesa das Forças Armadas sérvias, através do rejuvenescimento e melhoria da formação das forças ativas e de reserva”.

O Governo refere que a proposta do Estado-Maior das Forças Armadas surge após “uma consideração detalhada da situação geral de segurança e dos atuais desafios enfrentados pela República da Sérvia como um país militarmente neutro”.

A Sérvia suspendeu o serviço militar obrigatório em 2011, como resultado do esforço para profissionalizar as Forças Armadas.

Contudo, o país parece agora interessado em rever esta posição, depois de uma longa campanha a seu favor e apesar das preocupações de que o Governo possa ter dificuldades em pagar a fatura de um recrutamento tão massivo.

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As tensões têm subido de tom nos Balcãs, que sofreram a dissolução sangrenta da antiga Jugoslávia na década de 1990.

Embora formalmente não seja neutro, o Exército sérvio manteve laços estreitos com a Rússia, de onde tem adquirido a maior parte das suas armas, incluindo aviões de caça e tanques de guerra.

Embora procure formalmente a adesão à União Europeia, a Sérvia recusou-se a introduzir sanções contra a Rússia pela sua agressão à Ucrânia.

As tensões giraram principalmente em torno da antiga província sérvia do Kosovo, que declarou independência em 2008, o que a Sérvia e os seus mais próximos aliados — Rússia e China — não reconhecem.

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Belgrado aumentou a prontidão de combate das suas forças na fronteira com o Kosovo várias vezes ao longo dos últimos meses.

A Sérvia também manteve relações cordiais com a NATO, cujas tropas de manutenção da paz estão estacionadas no Kosovo desde 1999, quando a aliança militar ocidental interveio para impedir a repressão sangrenta de Belgrado contra os separatistas albaneses do Kosovo.