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O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta sexta-feira esperar que o próximo governo continue a aposta na cooperação como pilar estratégico da política externa portuguesa e defendeu que é preciso manter a alocação de recursos.
“Temos uma boa tradição de continuidade, olhando para a cooperação nos últimos 15 a 20 anos, vemos que houve uma continuidade de propósitos, mas não necessariamente da afetação de recursos, por isso a minha expectativa é que haja continuidade sobre as linhas gerais de pensamento sobre a política externa e o papel da cooperação na política externa portuguesa, mas tem de haver igual afetação de recursos”, disse João Gomes Cravinho.
Em declarações à Lusa à margem da intervenção no seminário anual de O Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, que decorre esta sexta-feira em Lisboa, João Gomes Cravinho disse não temer uma mudança de prioridades ou de financiamento caso haja um novo governo decorrente das eleições de março.
“O Orçamento do Estado para 2024 estará em vigor e portanto 2024 está assegurado, um futuro governo que venha a tomar posse continuará, espero eu, com igual empenho, dando continuidade a um trabalho que tem mostrado resultados muito úteis para o nosso país”, acrescentou o governante.
João Gomes Cravinho lembrou o reforço das verbas, de 20 para 40 milhões de euros, para programas e ações de cooperação e vincou que “isso depois desdobra-se no reforço para organizações não governamentais, câmaras municipais, programas de bolsas para estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) poderem vir para Portugal”, entre outros, o que garante um “conjunto de efeitos multiplicadores muito benéficos para os nosso país e para os países com quem Portugal trabalha”.
Este ano, concluiu o ministro, será particularmente simbólico, dado que se assinalam as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e 500 anos do poeta Luís de Camões, “duas efemérides que servirão para projetar muito a imagem e a ideia do Portugal contemporâneo”.
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Antes, na intervenção na sessão de abertura do seminário sobre Cooperação, Cultura e Língua, Gomes Cravinho já tinha elencado que os principais desafios para 2024 “passam pela continuidade do reforço da cooperação” e pela manutenção da “atenção especial aos parceiros de sempre, PALOP e Timor-Leste, mas sem deixar de estar atento a outras regiões como a África não lusófona e a América Latina, para além de um contributo em regiões de grande instabilidade, como a Ucrânia, Síria, Afeganistão ou Palestina”.
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros “será essencial manter o nível de investimento político, humano, financeiro e operacional na cooperação portuguesa a nível bilateral, multilateral, europeu e no quadro dos acordos triangulares”.