Manuel Alegre subiu ao palco do congresso do PS e foi aplaudido de pé pela sala da Feira Internacional de Lisboa. Saudou a saída de Costa e a “boa educação” com que decorreu a disputa interna nas últimas semanas. Depois, seguiu para os avisos, primeiro para fora: “Fomos interrompidos contra a nossa vontade”, mas “o PS não está dissolvido” e “ninguém dissolverá o PS”, avisou Alegre.

Para o histórico socialista, a dissolução foi “o maior erro”, “precipitação” e “trocou o certo pelo incerto”, num ataque à decisão do Presidente da República. E diz que o que se espera “é um grande sobressalto cívico”, citando Soares. “A nossa bandeira não está no chão, está de pé”, diz, exortando o partido a ganhar as eleições.

“Não basta dizer que é o povo quem mais ordena”, avisou, dirigindo-se a Marcelo. Depois de Marcelo ter usado, na mensagem de Ano Novo, um grito da Revolução de Abril, Alegre avisa que “não basta dizer que é o povo quem mais ordena, mas o conteúdo da expressão. Para os populistas, para os racistas, para a extrema-direita não é com toda a certeza o sentido que lhe deram José Afonso e todos os que fizeram o 25 de Abril”, afirma.

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Alegre deixou ainda recomendações a Pedro Nuno, pedindo que seja “fiel à palavra dada e que as promessas feitas sejam sempre para ser cumpridas” e garante que tal “é essencial para defender a democracia”.

“Contigo que seja sempre o povo quem mais ordena”, diz falando para o novo líder. E pede-lhe também que saiba dar “passos” para resolver os problemas do emprego, os salários, a saúde, a habitação, a educação, os serviços públicos. enumera. “Espero que seja esse o espírito que continue a prevalecer e a renovar-se dentro do PS. Que sejas sonhador sem deixar de ser pragmático” na solução dos problemas do SNS. E que “cuide” da escola pública.

“Temos connosco o legado de Mário Soares e não permitiremos que nos roubem agora o legado de António Costa”, diz ainda Alegre apontando à direita que pediu a sua demissão menos de um ano após a conquista da maioria absoluta. “Tanta manigância havia de dar os seus frutos”, apontou.