Ezequiel Lavezzi esteve bem perto de tocar o topo do mundo. Depois de se tornar uma figura do San Lorenzo, mudou-se para a Europa e conquistou uma Taça de Itália com o Nápoles antes de fazer parte das primeiras gerações milionárias do PSG. Venceu sete títulos em França e pelo meio ainda chegou à uma final do Campeonato do Mundo e a duas da Copa América com a Argentina. Agora, pouco mais de quatro anos depois de acabar a carreira, está bem longe do topo do mundo.

O antigo avançado argentino voltou esta segunda-feira a aparecer nas páginas dos jornais pelos piores motivos: de acordo com a imprensa do país sul-americano, foi internado de urgência na sequência de uma overdose durante o fim de semana. “Tem um quadro de overdose e está internado dos cuidados intensivos, só a namorada é que pode estar com ele”, indicou o jornalista Luis Ventura no canal América TV.

Pouco depois, porém, a notícia foi desmentida pelo próprio filho de Lavezzi. Através do Instagram, o jovem confirmou que o pai está no hospital, mas garantiu que não sofreu uma overdose. “O meu pai encontra-se bem e em tratamento. Deixem de inventar coisas que não são verdade. Não teve nenhuma overdose nem nada do que dizem”, escreveu Tomás, ainda que a família já tenha assumido que o argentino tem “um sério problemas com drogas”. Entretanto, o jornal Clarín avançou que o antigo jogador de 38 anos foi submetido a uma bateria de exames no hospital e está agora num centro de reabilitação, onde deu entrada de livre vontade.

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Contudo, este é apenas o capítulo mais recente do estado de saúde atribulado de Ezequiel Lavezzi. Os primeiros alarmes soaram a 20 de dezembro, quando também foi transportado para o hospital enquanto estava no Uruguai com “uma ferida curta e profunda no abdómen e uma clavícula fraturada”. Na altura, a família do avançado explicou que tudo não tinha passado de um acidente doméstico, uma queda, com a versão a ser corroborada pela entidade hospitalar. Na Argentina, porém, depressa circulou o rumor de que os ferimentos tinham sido o resultado de uma discussão agressiva de Lavezzi com o irmão.

Ezequiel Lavezzi põe fim à carreira de futebolista profissional

Nas últimas horas, porém, surgiu uma nova versão. De acordo com Estefi Berardi, jornalista argentina, o corte profundo foi autoinfligido, com a fratura da clavícula a resultar da tentativa de imobilização por parte do irmão. “Ele ficou muito nervoso, muito nervoso. Começou a ouvir vozes e a dizer que o vinham buscar, que estavam a persegui-lo, e ficou muito assustado. Assustou-se tanto que pegou numa tesoura e começou a cortar-se. O irmão tentou acalmá-lo, não foi propriamente uma luta. Mas o Ezequiel não é pequenino, é grande, e desse confronto resultou o problema na clavícula”, garantiu a jornalista.

Ora, certo é que, nessa altura, Lavezzi foi transportado de avião-ambulância do Uruguai para Buenos Aires, onde finalizou o tratamento. Agora, Estefi Berardi indica que o antigo jogador argentino teve uma outra crise em pleno aeroporto. “Teve outro episódio muito parecido e naquelas condições não podia viajar, até era perigoso para a tripulação. Sedaram-no e viajou a dormir. O que teve foi uma espécie de surto místico, começou a gritar pedidos a Deus”, concluiu, em informações que não foram comentadas ou confirmadas pela família.

Seja como for, o vice-campeão mundial está mesmo a atravessar uma das fases mais complexas da própria vida, engrossada por um divórcio litigioso e um problema com drogas que a família já confirmou há várias semanas. Uma década depois da final do Mundial 2014 e mais de quatro anos após deixar os relvados, na sequência de uma reforma dourada no Hebei China Fortune, Ezequiel Lavezzi tornou-se motivo de notícia pelas piores razões.