Não é propriamente um ponto de chegada mas sim um local de passagem num trajeto desenhado há muito por André Villas-Boas (e a equipa com quem tem trabalhado) que tem como objetivo chegar à presidência do FC Porto: depois de várias semanas em que foi confirmando a possibilidade de avançar à liderança dos azuis e brancos no próximo sufrágio eleitoral dos dragões, o antigo treinador vai anunciar de forma oficial a sua candidatura na próxima semana, depois do encontro na Primeira Liga frente ao Sp. Braga.
Com o mote “Só há um Porto”, o momento está marcado para a próxima quarta-feira, dia 17, na Alfândega do Porto. Ainda não são conhecidos mais detalhes sobre o que será revelado pelo ex-técnico dos azuis e brancos mas tudo indica que, de forma oficial ou “oficiosa”, comecem a ser conhecidos alguns dos nomes que vão acompanhar André Villas-Boas nas listas aos órgãos sociais. Angelino Ferreira, antigo administrador da SAD que saiu em 2014 (altura em que entrou Fernando Gomes), tem sido uma das figuras apontadas.
De recordar que Villas-Boas tem seguido passos seguros até ao momento de oficializar uma candidatura, num processo que em termos públicos teve início numa entrevista de fundo ao jornal Expresso. A partir daí, com essa garantia de que “um dia” seria candidato, o antigo treinador esteve nas duas Assembleias Gerais do clube (a primeira suspensa e posteriormente cancelada, a propósito das alterações aos Estatutos) e foi tendo pontuais intervenções como aconteceu na Web Summit. No final do ano, Villas-Boas voltou a mostrar essa vontade de avançar para a presidência do clube com essa definição de que seria já no sufrágio de 2024, no seguimento de contactos que tem vindo a fazer com diversas personalidades do universo portista.
De referir que, nesta fase, André Villas-Boas é o segundo candidato confirmado às eleições de abril, depois de Nuno Lobo, um dos candidatos derrotados no último sufrágio, ter também anunciado a intenção de fazer nova recolha de assinaturas para avançar com uma lista. Pinto da Costa, presidente do FC Porto há mais de 40 anos, também irá a votos mas, nesta fase, continua a fazer do tema uma espécie de “tabu”.
“Ainda não decidi se me vou candidatar ou não. Se me candidatar é com o objetivo de pôr a equipa de futebol mais forte e a continuar a ganhar. Antes das eleições espero ter as contas em dia porque temos tido resultados já depois deste segundo semestre que vão permitir que aquele alarme com as contas desapareça. Em terceiro lugar é a Academia, quero-a ver realmente ser uma realidade e espero que antes das eleições já seja uma coisa irreversível. Depois das máquinas estarem lá a funcionar já não vão parar. Ainda é muito cedo para decidir”, comentou o atual líder dos azuis e brancos numa entrevista ao Ponto PT.
“Quando entrámos diziam que íamos durar três meses. Afinal, já vai em 41 anos e meio. O segredo? Têm sido os sócios, não houve aqui nenhum golpe de estado, já concorri em 15 eleições. Os sócios têm querido e acedo e como gosto muito do FC Porto e de o ver a ganhar, e vai ganhando, já ganhamos 68 títulos e é isso que motiva, ganhar e encher o Museu. Centro de treinos? Vamos lá ter muitos campos de futebol, um hotel para que os jogadores possam lá ficar, vamos ter uma escola para que os jogadores não deixem de estudar e vai ser um progresso muito importante na nossa formação”, acrescentou.