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Um lateral que começou como avançado: Álvaro Fernández (ou Carreras), o reforço do Benfica com quem Ronaldo gozava por ter cabelo comprido

Este artigo tem mais de 6 meses

Chegou ao Deportivo como avançado, foi convertido a lateral e passou pela formação do Real antes de assinar pelo United, onde treinou com Ronaldo. O perfil de Álvaro Fernández, reforço do Benfica.

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Jogador de 20 anos passou a primeira metade da temporada emprestado ao Granada

Getty Images

Jogador de 20 anos passou a primeira metade da temporada emprestado ao Granada

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Como qualquer irmão mais novo, Álvaro Fernández começou a apaixonar-se pelo futebol a ver o irmão mais velho a jogar. Tinha três ou quatro anos quando ia com os pais assistir às partidas das camadas jovens do Racing de Ferrol, a equipa da cidade onde viviam, e depressa saltou das bancadas para o relvado. A paixão, naturalmente, tornou-se amor. E continua a dar frutos.

Álvaro Fernández (ou Carreras, como foi apresentado) foi esta terça-feira à noite oficializado como reforço do Benfica, chegando por empréstimo do Manchester United até ao final da temporada e com opção de compra por um valor que deve rondar os dez milhões de euros. O lateral espanhol passou a primeira metade da época cedido ao Granada, com os ingleses a chamarem-no de volta já durante o mercado de janeiro para agora o emprestarem novamente aos encarnados. É o terceiro reforço de inverno do Benfica, depois de Marcos Leonardo e Gianluca Prestianni, sendo que este último só será oficializado no final do mês e quando completar 19 anos.

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Canhoto, Álvaro Fernández tem 20 anos e depressa chamou a atenção do Deportivo depois de dar os primeiros passos no Racing de Ferrol. Passou dois meses no Galicia de Caranza antes de assinar definitivamente pela equipa da Corunha – onde chegou como avançado. “Quando era pequeno jogava como avançado, adorava marcar golos. Houve uma temporada no Racing em que marquei mais de 100 golos”, contou o jovem jogador ao jornal Marca.

No Deportivo, porém, foi convertido a lateral e colocado à esquerda, por ser esse o seu pé dominante. “O que mais me custava no início era correr para trás, mas agora já estou mais habituado. Costumo brincar e perguntar o que seria de mim se não tivesse mudado de posição. Agora defendo-me atacando. Considero-me um jogador físico, rápido e com bom toque de bola. Acho que o meu pé esquerdo é o que me torna um jogador diferente”, acrescentou o galego.

Em 2017, quando tinha apenas 14 anos e depois de dar nas vistas na Corunha, surgiu a oportunidade de assinar pelo Real Madrid e completar a formação nos merengues. Tomou a difícil decisão de se afastar ainda mais de casa, passando a viver a 600 quilómetros dos pais, e foi viver para uma das residências do clube. Três anos depois e numa altura em que também já era acompanhado por Barcelona e Manchester City, surgiu o interesse do Manchester United. E Álvaro Fernández decidiu mudar de cidade, de país e de futebol para continuar a perseguir o sonho.

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O jovem lateral jogou pelo Sub-19 e pelos Sub-23 do Manchester United e chegou a ser convocado para a equipa principal

Foi integrado na equipa principal em 2020/21, quando Ole Gunnar Solskajer ainda era o treinador dos red devils, mas foi essencialmente utilizado pelos Sub-23 e os Sub-19 – onde acabou por mudar de nome. Até esse momento, Álvaro era Carreras, o apelido da mãe e o último do nome. A inscrição na Youth League, porém, colocou-o como Álvaro Fernández, usando o apelido do pai, algo que assumiu e que agora diz deixar “contente tanto a mãe como o pai”.

Chegou a ser convocado para a equipa principal em duas ocasiões, já por Ralf Rangnick, mas não saiu do banco contra o Chelsea e o Brighton e não chegou a estrear-se ao mais alto nível – apesar de, em maio de 2022, ter sido eleito o Jogador do Ano dos Sub-23 do Manchester United. Seguiu por empréstimo para o Preston North End, do Championship, mas não sem antes cumprir o sonho de treinar com Cristiano Ronaldo.

“Goza muito comigo porque tenho o cabelo comprido. No outro dia tive a sorte de ficar na equipa dele no treino e marcou um golo com uma assistência minha. Tem a idade que tem e é um portento físico incrível, não há quem acompanhe aquele ritmo. Passa o dia no ginásio. É uma loucura, um privilégio aprender todos os dias com os melhores. Passei de jogar com eles no FIFA para treinar e brincar com eles”, explicou, na altura, o jogador espanhol.

Passou a temporada passada no Preston North End, onde não marcou nenhum golo mas contribuiu com seis assistências ao longo de 42 jogos. Mais do que isso, habituou-se a ser um lateral tipo ala, com a responsabilidade de assumir todo o corredor e de atacar para além de defender. “Joguei a temporada toda como ala, o corredor era todo meu. Jogávamos com uma linha de três centrais, mas sou lateral. Estava muito confortável, foi uma experiência nova”, detalhou, tendo sido um elemento importante da equipa que terminou no 12.º lugar do Championship.

Voltou ao Manchester United, mas foi rapidamente emprestado ao Granada, motivando um regresso a Espanha – sendo que entretanto já é internacional Sub-19 e Sub-21 pelos espanhóis. Na Andaluzia, ao longo da primeira metade da temporada, participou em 14 jogos e não somou qualquer golo ou assistência, tendo tido até alguma dificuldade na hora de agarrar a titularidade na esquerda da defesa.

Chega agora ao Benfica para dar mais um empurrão à carreira e trazer um perfil mais próximo de Álex Grimaldo, lateral espanhol que saiu no final da temporada passada e que ainda não teve substituto à altura. Os encarnados investiram 14 milhões de euros no checo David Jurásek, que ainda não conseguiu corresponder e até pode ser cedido até ao final de janeiro, e garantiram o empréstimo de Juan Bernat junto do PSG, ainda que o experiente lateral esteja lesionado há algum tempo. Morato, originalmente um central, tem sido a opção adaptada para solucionar um problema que Álvaro Fernández vai tentar resolver.

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