Aproveitou para descansar com a família, esteve no Dubai para a cerimónia dos Globe Soccer Awards, voltou a receber três prémios individuais (dois que ainda não tinha e que irão assumir um papel de destaque no seu Museu), foi o grande protagonista da gala a par da comitiva do Manchester City, vai regressar daqui a três semanas às provas oficiais fazendo alguns particulares antes pelo Al Nassr. Os anos passam mas a influência de Cristiano Ronaldo continua bem vincada em tudo onde aparece, onde participar, onde compete. Foi isso que lhe permitiu chegar aos 54 golos em 59 jogos em 2023, o que lhe valeu o título de melhor marcador do ano civil, foi isso que lhe permitiu virar a página de um 2022 abaixo do esperado, é isso que lhe permite entrar em 2024 com sonhos altos a vários níveis, seja individual, seja coletivo. Mas com uma prioridade.
“Sou o melhor marcador da história do futebol, por isso ter 900 ou 1.000 golos acaba por ser o mesmo. Quero viver o momento. Coisas que aconteceram na minha vida profissional e pessoal fazem-me pensar assim. Ganhar o Europeu? Claro que é uma meta que tenho em mente e temos todo o potencial para ganhar. Se tivesse de optar, 1.000% ganhar o Europeu antes dos 1.000 golos”, apontou o avançado numa entrevista ao jornal Record concedida à margem dos Globe Soccer Awards, onde foi presenteado com os prémio de Melhor Marcador do Ano, Melhor Jogador no Médio Oriente e Melhor Jogador para os Fãs. No entanto, e a esse nível de títulos individuais, a forma de olhar do número 7 foi mudando com o tempo.
“Candidato no futuro a mais prémios The Best e Bolas de Ouro? Sabemos como é que os outros organismos funcionam. Penso sempre primeiro no meu clube e na Seleção, os prémios vêm depois. Não penso muito nisso. Pode haver quem diga que marcar 54 golos porque estou na Arábia Saudita é mais fácil mas os profissionais de futebol sabem como é difícil marcar golos, tanto na Arábia Saudita como em Itália, Espanha ou Portugal. De certa forma, sinto-me mais orgulhoso por ter batido Haaland, Mbappé e Kane. Polémica no The Best? Para ser sincero, não vi a entrega do The Best… Acho que de certa forma esses prémios estão a perder credibilidade. Não é dizer que o Messi não merecia, o Haaland ou mesmo o Mbappé. Simplesmente, já não acredito nesses prémios. E não é por ter ganho nos Globe Soccer. São factos, são números e os números não enganam”, apontou o capitão da Seleção Nacional a esse propósito.
Em paralelo, e recuperando um tema que foi ventilado na altura da saída do Manchester United, Ronaldo assegurou que “jogar em Portugal está fora de questão”. “Não vale a pena criar expetativas porque já disse que gostava de ficar este ano e o próximo no Al Nassr. Sinto-me feliz na Arábia Saudita, tratam-me bem e o campeonato tem um potencial enorme. E vai continuar a crescer. Acho que daqui a dois, três anos, a Arábia Saudita estará no topo mundial de ligas, na minha opinião. Jogar na Liga portuguesa não sentido nenhum. Vou fazer 39 anos dentro de alguns dias, vou jogar esta época que falta e mais um ano no Al Nassr, que é o que mais quero, e quando tiver 40 balas vamos ver o que vai acontecer”, apontou Cristiano Ronaldo, evitando mais uma vez colocar uma data para o final da carreira por sentir “a cabeça e o corpo bem”.
Ainda assim, fechando essa porta a um regresso a Portugal, o avançado continua a seguir a realidade nacional e em concreto o seu Sporting. “Vamos ver, no final é que se fazem as contas. O que tenho visto é uma equipa organizada e sólida, com um treinador muito bom, que sabe liderar muito bem o plantel. O Sporting tem jogado um futebol atrativo e os sportinguistas têm desfrutado. O que mais quero é que continuem assim e que possamos ser campeões este ano”, destacou o jogador formado nos verde e brancos.