As autoridades policiais da África do Sul anunciaram esta quarta-feira que resgataram, nos últimos quatro meses, mais de 700 vítimas de tráfico humano, incluindo 457 crianças.
Em declarações à imprensa, o responsável provincial da unidade policial de investigação criminal (Hawks, na sigla em inglês), Ebrahim Kadwa, referiu que, no mais recente caso, cerca de 15 imigrantes indocumentados foram encontrados num condomínio residencial em Centurion, arredores de Pretória, na semana passada.
Em outubro do ano passado, a polícia sul-africana resgatou 47 estrangeiros de uma residência alugada em Gauteng, em novembro cerca de 23 somalis foram encontrados num miniautocarro na província de Limpopo, e três meninas da África Ocidental foram resgatadas de um contentor marítimo pela polícia em dezembro.
Ainda no mês de dezembro, a polícia sul-africana resgatou também 33 vítimas de tráfico em Benoni, leste de Joanesburgo, 14 crianças indocumentadas, com idades entre os 6 e os 14 anos, em Midrand, arredores de Joanesburgo, e mais de 130 pessoas indocumentadas, incluindo mulheres e crianças, foram intercetadas em Polokwane, província sul-africana de Limpopo, segundo a polícia.
Por seu lado, a Autoridade de Gestão de Fronteiras (BMA, na sigla em inglês) intercetou no mês passado 443 crianças zimbabueanas, menores de 8 anos, que se encontravam desacompanhadas, segundo o responsável dos Hawks, Ebrahim Kadwa, que alertou para o agravamento do tráfico de seres humanos na província de Gauteng, motor da economia do país, onde se situa a cidade de Joanesburgo.
“Estamos a lidar com diferentes grupos de diferentes regiões que operam na África do Sul, visando áreas como Gauteng, no tráfico sexual, tráfico de mão-de-obra e outras formas de tráfico com as quais estamos a lidar”, salientou.
“(…) As pessoas são traficadas de outras províncias para Gauteng e de outras cidades maiores de todo o país. (…) Mas também temos pessoas vindas de países africanos, da Tailândia, da China, e da Europa Oriental”, explicou.
O responsável policial sul-africano considerou o tráfico de seres humanos como “uma empresa criminosa global”.
“É uma vasta rede, estamos a lidar com grandes atores nesta área, que têm ligações globais”, frisou o responsável da polícia criminal de Gauteng.