Duas ativistas ambientais atiraram este domingo sopa contra o vidro blindado que protege a Mona Lisa, no Louvre, justificando a sua ação com o desejo de promover “o direito a uma alimentação saudável e sustentável”. O ataque foi reivindicado pelo grupo Riposte Alimentaire que, através de comunicado enviado à AFP, afirmou que a sopa atirada marca “o arranque de uma campanha de resistência civil” que tem como objetivo “a segurança social de comida sustentável”.

Os vídeos publicados nas redes sociais e divulgados por vários jornais mostram as duas mulheres a atirarem sopa contra o quadro, antes de revelarem t-shirts onde se lê a expressão “resposta alimentar”.

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Logo a seguir, colocam-se ao lado do quadro e defendem: “O nosso sistema de agricultura está doente. Os nosso agricultores estão a morrer no trabalho.” Têm ainda tempo de colocar a questão: “O que é mais importante? Arte ou o direito a comida saudável e sustentável”, segundo cita o jornal Le Monde. Depois a segurança do museu apressou-se a tapar a imagem com um quadros pretos. A sala foi evacuada de seguida e esteve fechada cerca de uma hora até ser reaberta. Segundo fonte da polícia, ambas as ativistas foram detidas.

O museu explicou que as duas mulheres esconderam sopa de abóbora num termo de café. Embora não seja permitido comer nas salas de exposição, pequenas quantidades de comida são permitidas dentro do museu.

O quadro mais famoso do mundo, de Leonardo Da Vinci, está exposto atrás de um vidro protetor desde 2005 e já foi alvo de vandalismo em várias ocasiões.

Em maio de 2022, por exemplo, foi alvo de uma tarte de creme.

A ministra da Cultura, Rashida Dati, reagiu ao sucedido na rede social X onde escreveu: “A Mona Lisa, como nosso património, pertence a gerações futuras. Nenhuma causa pode justificar atacá-la.”

O ataque no Louvre acontece numa altura em que os agricultores estão em protesto em França há dias, utilizando os seus tratores para bloquear as estradas e abrandar o trânsito em todo o país. Alguns ameaçaram concentrar-se em Paris, a partir de segunda-feira, para bloquear as principais estradas que conduzem à capital.

Pedem uma melhor remuneração para os seus produtos, menos burocracia e proteção contra as importações. Na passada sexta-feira, o Governo anunciou uma série de medidas que, segundo os agricultores, não satisfazem plenamente as suas reivindicações, que incluem a “simplificação drástica” de certos procedimentos técnicos e o fim progressivo dos impostos sobre o gasóleo para os veículos agrícolas.