O PAN na Madeira defende que é necessário “garantir a estabilidade governativa”, nomeadamente o orçamento regional na Região Autónoma, pelo que uma eventual queda do governo de Miguel Albuquerque antes da aprovação do orçamento traria “prejuízos” para a região”.
“É importante garantir a estabilidade governativa, garantir um orçamento, que é um documento tão importante para a região e que vai ser discutido já na próxima semana”, disse Mónica Freitas à RTP. “É um orçamento que tem várias medidas PAN contempladas. (…) Sabemos que se cair antes o orçamento também cai e isso traz prejuízos para toda a região.”
“Numa atitude responsável continuamos a considerar que, acima de tudo, é importante garantir alguma estabilidade”, assinalou a dirigente do PAN, que sustenta através de um acordo de incidência parlamentar o governo de Albuquerque.
CDS/Madeira quer exoneração imediata de Albuquerque e indigitação de novo Governo Regional
A responsável do PAN/Madeira defende que só depois da aprovação do orçamento regional é que Miguel Albuquerque deve sair, devendo o PSD apontar um novo nome para governar a região. Ainda assim, a dirigente diz que se a decisão do Presidente da República for a de avançar para eleições regionais antecipadas, o PAN também concordará.
“Após a aprovação do orçamento, tal como combinado e foi dito, é importante que se cumpra a posição que assumimos”, disse a responsável do PAN. “Miguel Albuquerque, após a aprovação, deve de facto sair do cargo que está a ocupar.”
“Há um orçamento para discutir, ao que tudo indica continuará a ser para discutir. Há todo um trabalho que continua a ter que ser feito ao longo desta semana. A nível regional, a nível da nossa estrutura, é nisso que temos mantido o nosso foco”, disse ainda.
“Entretanto também sabemos que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já invocou que seria essencial eleições antecipadas, que devemos seguir aquilo que foi feito ao nível do continente. Relativamente a isso, sabemos que a Assembleia tem de estar constituída. Essa dissolução ocorrerá após ser feito os seis meses e o PAN aqui estará, sempre com uma atitude responsável, com um compromisso com as pessoas e com as nossas causas, pronto para assumir os nossos compromissos”, defendeu.
Questionada sobre se deve ser apresentado pelo PSD um novo nome para liderar a Região Autónoma, Mónica Freitas defendeu que foi mesmo essa a “exigência” do PAN, uma vez que Miguel Albuquerque “já não reunia condições” para se manter no cargo.
Mónica Freitas questionou ainda se, tendo em conta que Miguel Albuquerque já anunciou a sua demissão, continua a fazer “sentido” manter as moções de censura apresentadas por outros partidos, como o PS, mas disse compreender que esses partidos tenham de se posicionar sobre o momento de crise que se vive na Madeira — um momento de “grande instabilidade política” que exige “seriedade e ponderação”.