A operação da Polícia Judiciária na Madeira, que culminou na semana passada com a detenção de três arguidos, começou a ser preparada no final do mês de setembro, pouco depois das eleições na Madeira, explicou esta terça-feira Luís Neves, diretor nacional da PJ.
Em conferência de imprensa, na sede da PJ, Luís Neves avançou ainda que, destas buscas, resultou a apreensão de mais de uma tonelada de material digital, que foi transportado para a sede da PJ, para que o Ministério Público pudesse ter acesso à prova no prazo de 48 horas. “Tivemos de trabalhar toda a noite para que o Ministério Público tivesse acesso [à informação]”, acrescentou.
“No âmbito de um protocolo de cooperação existente entre forças de segurança e forças armadas, decidiu a PJ deslocar para a Madeira 140 inspetores e 10 peritos da investigação cientifica, e não 300 inspetores”, esclareceu ainda o diretor nacional. Na Madeira, a PJ contou ainda com mais 24 inspetores da região.
“Face a notícias falsas vindas a público, cumpre-nos repor o rigor dos factos e para que uma verdade nunca estrague uma boa história. A operação não foi em momento algum comprometida. A operação foi eficaz a 100%, uma vez que nenhum dos visados foi antecipadamente notificado”, acrescentou, negando qualquer fuga de informação. “Ninguém sabia o que ia acontecer.”
Luís Neves explicou também que esta operação vai continuar sem nome, ao contrário de outras investigações anteriores, como a operação influencer, por exemplo. “Nem todas as operações têm nome. Entendeu o diretor nacional que esta ação não tinha de ser batizada.”
A Polícia Judiciária prestou esta terça-feira esclarecimentos relativamente aos três inquéritos que estiveram na origem das buscas feitas na semana passada. Das buscas, resultaram três detidos, que deverão começar hoje a ser ouvidos pelo tribunal de instrução para primeiro interrogatório: Pedro Calado, agora ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal, Avelino Farinha, empresário e administrador da AFA, e Custódio Correia, também empresário ligado à AFA.