Mais de 20.000 polícias participaram, esta quarta-feira, na manifestação do Porto promovida pela plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR, anunciou a organização na Avenida dos Aliados, afirmando que foi a maior de sempre.

A multidão que ocupou metade da avenida na baixa portuense, arrancou cerca das 18h20 do Comando Metropolitano do Porto da PSP para cumprir um percurso que acabou estendido da Rua 31 de janeiro até aos Aliados, onde foi preciso esperar cerca de meia hora até a coluna acabar de chegar. A meio da manifestação chegou a informação de que, pela primeira vez em manifestações do género, integravam a coluna oficiais da Guarda, situação confirmada à Lusa pelo presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, César Nogueira.

Estiveram também no local representantes dos guardas prisionais, trajados de negro e com a palavra “Abandonados” escrita nas costas. Na frente da manifestação para exigir o pagamento de um suplemento de missão, tal como tem a Polícia Judiciária, estava um cartaz onde se lia “Polícias Unidos” e, cerca de vinte metros atrás, outro com a frase que resume o protesto: “Por um vencimento condigo e valorização profissional”.

A desmobilização aconteceu depois das 20h00, após a multidão guardar um minuto de silêncio pelos “colegas e camaradas que tombaram no exercício da profissão” e cantarem o hino nacional empunhando a carteiras profissionais. À Rádio Observador, o presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia, Bruno Pereira, acusou o Governo de “teimosia” ao não querer resolver a reivindicação dos agentes de segurança e questionou o motivo para ainda não ter havido movimentações nesse sentido.

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Ainda hoje demonstrou poder fazê-lo em situações de urgência, adjudicando mais de 400 milhões de euros para a questão dos agricultores. Portanto, se continua a haver margem para circunstâncias excecionais, podemos tomar uma medida executiva que resolva esta questão?”, disse.

Depois de se encontrar com Pedro Nuno Santos, que terá manifestado vontade de responder aos apelos dos polícias, está marcada para esta quinta-feira uma reunião com Luís Montenegro. Bruno Pinheiro disse esperar que o presidente do PSD mostre a mesma sensibilidade que o seu rival nas eleições legislativas e lançou o repto para um entendimento de regime sobre o tema. “É importante que, independentemente de quem venha a ser governo, pudesse haver de forma conjunta que, sendo um ou sendo o outro, vão resolver a questão o quanto antes”.

Quem também se aliou à manifestação foi o Bispo do Porto, D. Manuel Linda. Justificando a sua presença como “uma prova de agradecimento” pelo trabalho das forças de segurança durante as Jornadas Mundiais da Juventude, o clérigo disse conhecer as dificuldades das autoridades, lembrando o seu tempo enquanto bispo das Forças Armadas e de segurança.

Admitindo que não conhece por inteiro as reivindicações, Linda disse, em todo o caso, estar solidário com as linhas-gerais do movimento de polícias que, diz, são uma classe essencial. “O país seria um caos sem as forças de segurança. Eles são os garantes da nossa segurança e da nossa liberdade.