Os três detidos na Madeira na semana passada, e que estão desde quarta-feira a ser ouvidos no Tribunal de Instrução de Lisboa, estão indiciados pelo Ministério Público de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, prevaricação , recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio, abuso de poderes e tráfico de influência.
De acordo com a informação a que o Observador teve acesso, Avelino Farinha, empresário e administrador do grupo AFA, está indiciado de quatro crimes de corrupção ativa, Pedro Calado, ex-presidente da Câmara do Funchal, é suspeito de sete crimes de corrupção passiva e Custódio Correia, empresário do Grupo Socicorreia está indiciado pelo Ministério Público de três crimes de corrupção ativa.
Além destas suspeitas, refere o Ministério Público, os factos em investigação “são, ainda, suscetíveis de integrar a prática pelos arguidos dos crimes de prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio, abuso de poderes e tráfico de influência”.
Os três arguidos que se encontram detidos em Lisboa ainda não terminaram os respetivos interrogatórios, não sendo, por isso, conhecido o dia em que serão determinadas as medidas de coação.
Na sequência da investigação da PJ e do Ministério Público, foram identificados contratos com um valor total que ultrapassava os 58 milhões de euros, feitos entre 2015 e 2020. As suspeitas vão ainda até Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, que terá sido influenciado pelo seu número dois, Pedro Calado, para entregar diversas obras na região ao Grupo AFA.