Depois do encontro frente ao Rio Ave e agora no lançamento da partida para a Taça de Portugal nos Açores diante do Santa Clara, Sérgio Conceição elogiou a exibição e o momento da equipa, lamentou as inúmeras oportunidades falhadas (e os golos anulados, por exemplo) mas não deixou de fazer alusão nas entrelinhas às atuações da arbitragem. “Temos de ser mais competentes, esperando que naquilo que não controlamos as pessoas sejam mais competentes também”, apontou esta terça-feira, antes da viagem para Ponta Delgada. Agora, através da FC Porto TV, Luís Gonçalves, diretor geral e administrador da SAD azul e branca, foi mais longe nas críticas, fazendo uma análise não só ao nulo com os vila-condenses mas a toda a temporada.
“O grande problema desse lance, para além de nos ter sido retirado um penálti que provavelmente seria golo, como nas maioria dos casos acontece, é termos percebido que não foram dadas ao árbitro todas as imagens que ele necessitava para tomar uma boa decisão. Só Fábio Melo sabe a razão por que não mostrou a imagem por trás, que é onde efetivamente se vê que há um toque, e isso a nós causa muito espanto. O que levou o Fábio Melo a não mostrar todas as imagens a António Nobre, é uma pergunta que fica no ar e ainda ninguém respondeu, e sentimos que efetivamente foi-nos subtraído um penálti e provavelmente impediram-nos de conseguir três pontos, mais dois pontos do que tivemos”, começou por apontar.
“Foi muito mau, criou uma pressão enorme na equipa, criou desconfiança. Não queremos ter desconfiança das decisões das equipas de arbitragem mas para isso é preciso que tenhamos confiança nas suas decisões e este caso foi demasiado complicado para que nós possamos ter confiança em Fábio Melo no VAR. Aliás, Fábio Melo é alguém que tem uma história com o FC Porto, não podemos esquecer isso”, prosseguiu.
[Ouça aqui a análise do ex-árbitro Pedro Henriques no programa Sem Falta da Rádio Observador]
“Quando fomos campeões, em Braga, num Campeonato em que ainda não tínhamos perdido, tivemos uma derrota em que o árbitro foi Hugo Miguel e o VAR foi Fábio Melo. Nos primeiros 30 minutos não chamou o árbitro para ver dois penáltis claros, que toda a gente considerou. Esse jogo está na nossa mente, na minha em especial, porque fui expulso no final. Não esqueço que, no final, Hugo Miguel virou-se para mim e disse: ‘Agora mete providência cautelar’. Isso são coisas que nos atormentam e que nos preocupam, que dizem que efetivamente os árbitros tratam mal, ou alguns deles tratam mal o FC Porto e isso não vamos continuar a permitir. Chega, para ser mais claro. Basta! Para que isto não se repita”, recordou Luís Gonçalves.
“Os nossos jogadores estão revoltados pelo tratamento que têm. Por exemplo, os amarelos mostrados ao Francisco Conceição, que são uma coisa inacreditável. O Francisco não pode fazer nada e leva logo amarelo, depois, noutros casos, como o João Neves, que é bom jogador, parece que existe uma proteção como há alguns anos o Pizzi tinha. Pode ter as entradas que tiver que está sempre tudo certo, é sempre o empenho, encontra-se sempre palavras para isso. Isso reflete-se no número de amarelos. O Benfica tem 39 cartões amarelos, nós temos 63 com o mesmo número de jornadas. É inacreditável. O que temos de diferente? Acho que é só a cor das camisolas, não faz sentido. Os critérios não estão a ser iguais. É altura de as pessoas estarem atentas, o presidente já foi falar com o Conselho de Arbitragem, mas pelos vistos não chegou. Estamos a ficar cansados. Tenho sofrido as injustiças de algumas decisões, depois apareço em atitudes menos corretas…”, prosseguiu, antes de criticar também alguns encontros dos rivais pelo título.
“Houve um penálti não assinalado no Benfica-Famalicão e o VAR também não estava lá, estava esquecido. Não sei se é um problema de família nesse caso, a verdade é que o VAR Fábio Melo, mais uma vez, tomou a decisão que tomou não sabemos porquê ou se calhar sabemos… Estava 1-0, houve um penálti claríssimo, o jogador estava isolado, foi empurrado, depois é que o Benfica ganhou por 3-0. Naquela altura, poderia ser o 1-1. Mais uma vez é uma decisão que não entendemos. Há outro jogo onde isso aconteceu, o Benfica tem jogado muitas vezes contra dez, nos jogos em casa há sempre qualquer coisa que faz com que os jogadores da equipa adversária levem o segundo cartão amarelo… Aconteceu isso com o Aderllan Santos, do Rio Ave, o resultado também estava 1-1. O primeiro amarelo tinha sido mal mostrado”, recordou o dirigente.
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“O Farense-Sporting é o jogo mais escandaloso deste Campeonato. Foi uma vergonha. Foram decisões todas elas conduzidas num determinado caminho. Um jogador do Farense foi expulso aos 18 minutos num lance dúbio mas depois o Hjulmand deveria ter levado o segundo cartão amarelo, toda a gente viu menos o árbitro e o árbitro assistente. O Rúben Amorim aproveitou e tirou o jogador ao intervalo. No final, quando o jogo estava 2-2 e provavelmente já não haveria mais golos, há um lance do Edwards que é considerado penálti por Luís Godinho, uma coisa inacreditável. Mas o que é mais inacreditável é que não sabemos o que Manuel Mota estava a fazer… O que é que Manuel Mota não conseguiu ver? Toda a gente viu menos o Manuel Mota… São quatro pontos que o Sporting tem a mais. Basta!”, disse sobre os leões, falando ainda do lance de Paulinho na segunda jornada da prova, no triunfo dos lisboetas diante do Casa Pia.
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