A plataforma de partilha de informação sobre a nova rede de autocarros Unir deverá estar a “funcionar em pleno no final do mês de fevereiro”, afirmou a secretária da Comissão Executiva da Área Metropolitana do Porto.

A Comissão Executiva da Área Metropolitana do Porto (AMP) marcou presença na sessão da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na segunda-feira à noite, durante a qual prestou esclarecimentos sobre o trabalho desenvolvido em diferentes áreas, tais como o ambiente, educação, transportes e fundos comunitários.

A mobilidade foi uma das áreas mais discutidas, sobretudo devido à nova rede de autocarros Unir, cuja entrada em funcionamento, a 1 de dezembro de 2023, ficou marcada por diversos constrangimentos.

Um mês depois, rede Unir continua sem convencer utentes

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Interpelada pela deputada Susana Constante Pereira, do BE, sobre a necessidade de ser criada uma plataforma para monitorizar as queixas dos passageiros, a primeira secretária da Comissão Executiva Metropolitana do Porto, Ariana Pinho, afirmou que a plataforma de monitorização “ainda não está em plenitude de funcionamento” por ainda não estar estabilizada a rede em alguns municípios.

“Perspetiva-se que esteja a funcionar em pleno no final do mês de fevereiro“, adiantou.

Pelo PS, o deputado Agostinho Sousa Pinto saudou a criação da empresa metropolitana de transportes, pensada sobretudo para gerir a rede Unir.

Sobre a empresa metropolitana, Ariana Pinho esclareceu que o pedido de visto prévio para a sua criação foi enviado para o Tribunal de Contas que já respondeu solicitando esclarecimentos. “Estamos a preparar a resposta”, assegurou.

Já o deputado Rui Sá, da CDU, considerou que a Área Metropolitana do Porto “tem um pecado original” ao ser “uma soma de municípios” e não ter uma “dimensão estratégica metropolitana” nas políticas que são definidas.

Questionada sobre o deputado da CDU sobre como tinha sido definido o desenho da rede Unir, a primeira secretária da AMP assegurou que foi um “trabalho conjunto com os municípios” e que a rede “está agora a ser muito mais acompanhada”.

A Unir começou a operar a 1 de dezembro em todo o território da região, após anos de litigância nos tribunais com os anteriores operadores.

A nova rede de 439 linhas e nova imagem substitui os serviços efetuados pelos cerca de 30 operadores privados rodoviários na AMP, como por exemplo a Caima, Feirense, Transdev, UT Carvalhos, Gondomarense, Pacense, Arriva, Maré, Landim, Valpi, Litoral Norte, Souto, MGC, Seluve, Espírito Santo, entre outros.

Área Metropolitana do Porto vai aumentar exigência aos operadores da Unir

No Porto e nos concelhos vizinhos, o serviço da STCP (Sociedade de Transportes Coletivos do Porto) mantém-se inalterado.

Toda a rede Unir utiliza o sistema de bilhética Andante, e acaba com um modelo de concessão linha a linha herdado de 1948, já que o concurso público foi dividido em cinco lotes, ainda que todos operem sob a mesma marca.

A AMP vai desembolsar um total de 311,6 milhões de euros ao longo de sete anos no âmbito da nova rede de transportes públicos rodoviários, segundo os contratos.

A Unir foi implementada na sequência de um concurso público lançado em 2020, mas viu o seu lançamento ser atrasado devido a sucessivas impugnações por parte de alguns dos antigos operadores no terreno, que perderam o concurso público e operaram ao abrigo de licenças provisórias.