Agora já se pode dizer de uma forma quase “oficial”. Até aqui, este período de pré-campanha eleitoral (sendo que ainda não existe data definida para o sufrágio, sabendo-se apenas que será em abril) foi marcado não só pelas apresentações dos candidatos mas também por algumas “farpas” que vão sendo dirigidas ao adversário mais “direto”; agora, deu um “salto”. E se na noite desta quinta-feira a conta X do movimento “Todos pelo Porto” de Pinto da Costa tinha colocado em causa a figura de José Pedro Pereira da Costa pelas ligações que teve com a NOS e a Olivedesportos (que estiveram do outro lado da “barricada” quando os dragões assinaram com a MEO), esta sexta-feira trouxe uma novidade nesse particular: os “comunicados de resposta”.

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O CFO de André Villas-Boas deixou várias questões em relação à gestão dos azuis e brancos nas derradeiras temporadas, comparando muitas vezes com pontos homólogos dos rivais Benfica e Sporting. Se já antes o antigo treinador e agora candidato colocara diversos pontos negativos em cima da mesa, Pereira da Costa pormenorizou os mesmos de uma forma que não terá caído bem à estrutura portista, sobretudo a nível da receita de bilhética que consta no Relatório e Contas da FC Porto SAD no exercício de 2022/23.

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“Em nome da verdade e do bom nome do FC Porto, esclarece-se o seguinte: o valor total de bilhética do FC Porto na época passada foi 19,606 milhões de euros, acima dos 19,589 apresentados pelo Sporting, ao contrário do que tem sido dito. Os valores do Benfica não são comparáveis, pois dispõe de um estádio com uma lotação superior”, começa por dizer o “Esclarecimento” em forma de comunicado no site oficial.

“Este esclarecimento já tinha sido pormenorizadamente prestado aos sócios pelo administrador Fernando Gomes na Assembleia Geral de 29 de novembro de 2023, quando as contas foram aprovadas, pelo que é estranho que se continue a difundir informação tendenciosa com o intuito de penalizar o bom nome e a marca do nosso clube. Importa ainda acrescentar que as receitas operacionais excluindo passes de jogadores do FC Porto em 2022/23 totalizaram 166 milhões de euros, contra os 119 milhões de euros do Sporting, o que, ao ser ignorado, conduz a apreciações parciais e penalizadoras do FC Porto”, acrescentou o mesmo texto divulgado pelos azuis e brancos, sem fazer qualquer referência à candidatura de Villas-Boas.

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O valor apresentado configura mais 400 mil euros do que tinha sido anunciado por Fernando Gomes, vice e administrador da SAD, na Assembleia Geral do FC Porto a 30 de novembro. “Vi nas redes sociais e inclusive num jornal que as receitas de bilheteira do FC Porto eram metade do Sporting. O FC Porto vende os mesmos lugares e tem metade das receitas. Não é nada disso. As receitas de bilheteiras de dez milhões, o que faz o Sporting, tudo for receitas entram aí, 19 milhões de euros, o FC Porto, como sempre fez, as receitas de bilheteiras são lugares anuais e de jogo e depois os camarotes e tribunas VIP porque estão ligadas a sponsors entram na publicidade. O FC Porto tem 19,2 milhões de bilheteira se não fosse essa separação”, referiu numa das intervenções que teve na reunião magna, numa fase em que esse parâmetro já era tema.

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“Em primeiro lugar, é essencial fazer uma análise rigorosa das razões que levaram ao atual estado financeiro que podemos classificar de muito preocupante, com resultados líquidos acumulados de 250 milhões de euros negativos em dez anos. São 25 milhões negativos por ano em média, que levaram a um passivo de 530 milhões e a uma dívida financeira de 310 milhões. Antes de avançar com processos de reestruturação é preciso ter resposta a várias questões, levantadas apenas e só com base nos relatórios e contas da SAD e dos rivais”, tinha referido esta quinta-feira Pereira da Costa, deixando questões sobre a parte financeira.

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“Porque é que fizemos vendas de passes de 430 milhões em seis anos mas só foram registados resultados dessas vendas de cerca de 30 milhões, ou seja 7% do valor depois de abatidos os custos associados, as amortizações e as imparidades? Porque é que no no ultimo exercício a venda de bilhetes jogo a jogo e lugares anuais, e excluo aqui o corporate hospitality, camarotes e business seats, foram de 10,8 milhões? Porque é que o FC Porto, com receitas de merchandising que correspondem, basicamente, aos equipamentos, com receitas de oito a nove milhões por ano, tem dois milhões de custos das mercadorias vendidas a mais do que os rivais? Porque é que nossa margem nessa atividade é de 35% quando nesse rival é  perto de 60%? Em que consistem as despesas de representação de mais de 1,4 milhões por ano, 5,4 milhões nos últimos quatro exercícios? O que são três milhões de outros fornecimentos externos nunca são descriminados?”, lançou.