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A vitória de João Mário entre uma "derrota" que não é nada lateral (a crónica do FC Porto-Estrela)

Este artigo tem mais de 6 meses

Uma péssima notícia com Zaidu, uma exibição q.b., um triunfo sobretudo importante, uma enorme exibição de João Mário: FC Porto queria chegar à redenção mas deu só um pequeno passo nesse sentido (2-0).

João Mário conseguiu pela primeira vez marcar e assistir no mesmo jogo pelo FC Porto
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João Mário conseguiu pela primeira vez marcar e assistir no mesmo jogo pelo FC Porto

Getty Images

João Mário conseguiu pela primeira vez marcar e assistir no mesmo jogo pelo FC Porto

Getty Images

Iván Marcano saiu lesionado com gravidade logo nos minutos iniciais, Evanilson também foi substituído no primeiro quarto de hora por problemas físicos. André Franco estava a ser uma opção mais sólida, Gonçalo Borges e Iván Jaime assumiam-se como verdadeiros “reforços”, Alan Varela dava aos primeiros passos como titular. Houve até uma rara experiência tática de apostar em 3x5x2 com falsos alas. Estávamos a meio de setembro, altura em que o FC Porto bateu o Estrela pela margem mínima na Amadora com um único golo de Taremi. Uma volta depois, muito mudou. Quase tudo mudou. Se fora de campo surgiu uma nova dinâmica com o primeiro “verdadeiro” candidato contra Pinto da Costa, André Villas-Boas, e mais recentemente com a “Operação Pretoriano” que mudou o paradigma e status quo no clube, as mudanças dentro das quatro linhas foram também muitas, mais do que talvez seja normal em cinco meses. E com muito em discussão.

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Depois de uma fase em que o 4x2x3x1 sem Taremi (ausente em representação do Irão na Taça Asiática) teve resultados práticos como nunca conseguira até aí, não só pela melhor série de vitórias consecutivas da época mas também pela subida do nível exibicional em termos individuais e coletivos, o FC Porto voltou a quebrar. Quebrou na receção ao Rio Ave, com um nulo naquele tipo de jogos em que poderiam estar a noite toda a tentar que não haveria forma de ultrapassar a defesa vila-condense. Quebrou na deslocação a Arouca, onde sem margem de erro perante o atraso para os rivais mais diretos a equipa teve o encontro menos conseguido a nível de transição defensiva, voltou a sofrer um golo no minuto inicial oito anos depois e consentiu pela primeira vez três golos no Campeonato que retiraram o “título” de equipas com menos golos consentidos. “Obviamente que o título está muito mais difícil”, admitiu Pepe. Mas havia ainda 13 jogos por disputar.

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“Está mais difícil mas aqui ninguém atira a toalha ao chão, ninguém desiste. Aqui o trabalho diário, o foco, a ambição são as mesmas. Estamos aqui para lutar até ao fim”, destacara Sérgio Conceição no lançamento da partida que marcava o regresso ao Dragão depois da receção com críticas e insultos após o jogo em Arouca. “Não teve a ver com atitude. Foi o jogo com mais alta intensidade que tivemos. O nosso momento defensivo tem a ver com o nosso processo ofensivo, a forma como atacamos em ataque organizado, quando entramos numa primeira ou segunda fase de construção, que há passes que não se podem falhar… Foi um jogo muito conseguido da parte deles e pouco conseguido da nossa parte. Empatar para nós não serve, nunca serviu. Mas daí a falarem numa crise… Crise é a corrupção desportiva, a violência nos estádios. Estamos na luta e vamos lutar até ao último segundo do último jogo. Estamos nos oitavos da Champions, única equipa portuguesa lá, e nos quartos da Taça No final faremos as contas, estamos aqui para lutar”, acrescentara.

“Estado anímico da equipa? Está exatamente como eu estou. Eles percebem que não estamos num bom momento, não é normal empatar em casa com o Rio Ave, foi o que foi, não conseguimos meter a bola dentro. Em Arouca devíamos ter dado outra resposta. Queremos dar essa resposta, com o apoio de toda a gente. Os adeptos sabem que a equipa é jovem, que se dedica muito ao trabalho, já fez coisas boas e menos boas esta época, mas precisamos de apoio para aos 97 ou 98 minutos, que não avanço mais números antes que venha um processo, serem essa mais valia. Isso para nós é que é importante. É um grupo jovem mas que quer muito vencer”, salientara ainda numa conferência onde defendeu a postura profissional de Taremi, que está de saída a custo zero para o Inter, aproveitando para dar mais um “murro na mesa” sobre as notícias.

“Se cancelou a viagem para ir fazer exames médicos a Milão depois da derrota em Arouca? Não sei, não faço parte do aeroporto, não sei os aviões que estavam… Aqui não basta ter contrato, há que sentir o clube. O Taremi tem contrato até junho e respeita o clube. O Taremi está à frente do Hulk com menos jogos, não podemos esquecer o percurso do Taremi. Há que ter respeito porque ele tem respeito pelo clube. Depois de uma viagem estava disponível para o treino e para jogar em Arouca. Não vale de tudo para enxovalhar. Não há ninguém que sente mais o clube e se sentisse que algum dos jogadores não estava comprometido, até se poderia chamar Maradona que, comigo, não estava comigo. Não emprenho pelo ouvidos porque amo o FC Porto, não falo mal gratuitamente do FC Porto”, apontou, quase dando um mote para o universo portista.

Apesar de não ser opção inicial para a partida diante o Estrela, Sérgio Conceição utilizou a figura, a postura e o passado de Taremi para voltar a marcar uma posição muito maior do que a opção ou não em jogadores que estão em final de contrato e vão sair. Deixou uma mensagem para dentro, pedindo o compromisso e toda a ambição de quem representa um clube como o FC Porto. Deixou uma mensagem para fora, pedindo apoio a uma equipa que precisava de reerguer-se agora para o que falta da temporada. Nem uma, nem outra tiveram uma resposta 100% afirmativa. A vitória dos azuis e brancos não merece contestação, o apoio do público também não, mas nem uns, nem outros estiveram ao nível que já mostraram esta época. Exceção? João Mário, que foi o MVP e conseguiu pela primeira vez marcar e assistir no mesmo jogo. No entanto, e entre o regresso às vitórias, a lesão de Zaidu pode ser uma “derrota” com impacto para a época…

Ficha de jogo

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FC Porto-Estrela da Amadora, 2-0

22.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

FC Porto: Diogo Costa; João Mário, Pepe, Otávio, Zaidu (Jorge Sanchéz, 31′); Alan Varela, Nico González (André Franco, 87′); Francisco Conceição (Gonçalo Borges, 70′), Pepê, Galeno (Iván Jaime, 70′) e Evanilson (Toni Martínez, 87′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Zé Pedro, Grujic e Taremi

Treinador: Sérgio Conceição

Estrela da Amadora: Bruno Brígido; Rúben Lima, Pedro Mendes, Kialonda Gaspar; Nilton Varela (Tashan, 66′), Aloíso (Bucca, 66′), Léo Cordeiro, Hevertton (Kikas, 72′); Ronaldo Tavares (Jean Filipe, 76′), André Luiz (Nanu, 66′) e Léo Jabá

Suplentes não utilizados: António Filipe, Shinga, Pedro Sá e Lucão

Treinador: Sérgio Vieira

Golos: Galeno (35′) e João Mário (57′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gaspar (17′) e Aloísio (43′)

Sérgio Conceição quis deixar uma mensagem à equipa logo na escolha das opções iniciais, trocando apenas as duas unidades de fora por castigo (Fábio Cardoso e Wendell) pelo estreante Otávio e o regressado Zaidu. Ou seja, e do meio-campo para a frente, o técnico mostrou confiança nos mesmos seis jogadores que estiveram no crescimento dos dragões, no empate com o Rio Ave e na derrota em Arouca. Em paralelo, o Dragão tinha também a sua “mensagem” através da lotação menos ocupada do que é normal nas bancadas em comparação com outros jogos. Quem estava, apoiava. Questão? Eram menos a estar. E apesar de o primeiro sinal de perigo até ter chegado relativamente cedo, a exibição em termos ofensivos não teve depois continuidade.

Na sequência de uma boa iniciativa de Francisco Conceição, a ganhar metros por fora na direita antes de fletir para dentro e fazer o cruzamento com o arco para dentro, Evanilson desviou bem de cabeça para a zona do poste contrário mas Bruno Brígido conseguiu ainda desviar a uma mão seguindo na direção contrária (6′). Melhor início era complicado, com o ataque azul e branco a soltar as amarras e a querer mostrar mais do que em Arouca. Queria mas não mostrou. Aliás, e na meia hora inicial, houve mais um desvio de cabeça ao lado de Nico González após cruzamento de João Mário e pouco mais (20′). Aí, chegaria um dos momentos do jogo e possivelmente do resto da época: depois de uma transição rápida em que André Luiz ganhou espaço pela entrada à queima e precipitada de Otávio a meio-campo, Zaidu ainda fez um sprint a cortar para canto o remate do avançado brasileiro na área mas acabou por ficar no chão a contorcer-se de dores no joelho esquerdo, numa situação que rapidamente fez soar alarmes até entre os próprios jogadores em campo.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Estrela em vídeo]

Jorge Sanchéz entrou para o lugar do nigeriano, que teve de sair de maca e com gelo na zona afetada. Todos percebiam que poderia estar ali um problema grave, percetível também pela forma como os suplentes do FC Porto se deslocaram à entrada do túnel de acesso aos balneários para consolarem o companheiro. O jogo aí como que “parou” durante alguns minutos, sendo que a conexão de novo à partida acabou por trazer o golo inaugural depois de mais uma combinação na direita entre João Mário e Francisco Conceição com o passe do lateral a sofrer um desvio que colocou a bola nos pés de Galeno para o toque final isolado na área (35′). O nulo estava desfeito, o encontro ganhava outra vida: Ronaldo Tavares desviou de cabeça um cruzamento de Leo Jabá da direita para uma grande defesa de Diogo Costa (37′), Francisco Conceição não aproveitou uma boa zona de pressão alta para marcar isolado na área em 1×0 contra Bruno Brígido (42′), André Luiz teve um remate em arco que saiu pouco ao lado da baliza dos portistas em período de descontos.

Para ficar salvaguardado de eventuais sustos, o FC Porto teria de fazer mais. Ao contrário do que tem sido habitual, o meio-campo dos dragões apresentava uma nuance que colocava Pepê muitas vezes mais como um interior direito do que como unidade de referência nas costas de Evanilson, abrindo o desenho de 4x3x3 com Nico González mais descaído sobre a esquerda. Por outro lado, o Estrela recusava qualquer tipo de pressão em zonas mais adiantadas sem bola, deixando Ronaldo Tavares sozinho na frente para fechar num 5x4x1 que criava problemas mas não tinha tração ofensiva no momento da recuperação de bola. Esse foi o fator que os azuis e brancos souberam aproveitar na perfeição no segundo tempo, melhorando nessa fase das transições defensivas e pressionando até ao 2-0: Pepe teve um remate forte que saiu por cima, Evanilson desviou de cabeça também longe do alvo, Bruno Brígido ainda impediu o bis de Galeno após assistência de Alan Varela mas João Mário derrubou mesmo a muralha forasteira com um remate rasteiro de fora da área (57′).

De forma mais ou menos assumida pelas duas equipas, a partida tinha chegado ao “fim”. Sérgio Vieira ainda tentou mexer com três substituições de uma assentada mas os efeitos foram quase nulos numa fase em que o jogo tinha quebrado ainda mais o ritmo e perdera qualquer motivo de interesse, algo que também as entradas de Gonçalo Borges e Iván Jaime para as alas portistas não conseguiram travar. Assim, e apesar de uma tentativa de remate de Nanu de fora da área que saiu forte mas à figura de Diogo Costa, os minutos foram passando sem grandes motivos de interesse a não ser um remate de Iván Jaime após uma boa jogada de Gonçalo Borges pela direita que foi cortado por Jean Filipe (82′). Para se ter noção do enorme bocejo em que se tornou a parte final da partida com tudo decidido, quando Toni Martínez e André Franco foram a jogo lançados por Sérgio Conceição, muitos adeptos aproveitaram para saírem do lugar e deixarem o estádio. Com uma vitória justa, clara mas numa base da gestão de esforço a pensar no próximo duelo com o Arsenal.

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