Um golo a abrir, outro golo a meio da primeira parte, um domínio total do encontro que fazia antever mais uma goleada do Sporting. Afinal, e entre mais duas bolas nos postes, o triunfo acabou por ficar em 2-0. De forma natural, os leões somaram a oitava vitória consecutiva no Campeonato, colocando-se de novo a par do Benfica no topo da classificação tendo menos um encontro realizado. No entanto, nem mesmo esse “eclipse” de remates certeiros impediu que o conjunto de Rúben Amorim continuasse a bater ou igualar registos que trazem motivos extra de confiança aos verde e brancos para o que falta ainda jogar esta época.

Catamo voltou como Geny(o) no jogo que se transformou numa ode a Amorim (a crónica do Moreirense-Sporting)

Por um lado, o Sporting somou o seu décimo encontro consecutivo a marcar dois ou mais golos, sendo que os leões continuam a marcar em todos os compromissos do Campeonato e com mais de um golo em 18 dos 21. Por outro, ao chegarem aos 60 golos com apenas 21 partidas realizadas, os leões conseguiram o melhor ataque do Campeonato quase dos últimos 50 anos, sendo preciso recuar até 1975/76 para encontrar um registo acima desse (Benfica, com 61). Mais: o conjunto verde e branco não chegava de forma tão rápida aos 60 golos no Campeonato desde 1973/74. Mas também nos pontos existem marcas fortes de registo.

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O Sporting igualou em Moreira de Cónegos os 55 pontos em 21 jogos que tinha em 2020/21, época em que se sagrou campeão pela última vez, e conseguiu com isso igualar também aquela que é a segunda melhor pontuação de sempre dos leões na Liga só atrás da temporada de 1946/47 quando tocava nos relvados a era dos Cinco Violinos. Tudo pontos que Rúben Amorim continua a preferir relativizar, enaltecendo a exibição da equipa frente ao Moreirense e a capacidade que teve em travar os pontos fortes do adversário.

“Sabíamos que seria difícil, que não podíamos dar espaço às transições. Tivemos uma primeira parte irrepreensível, em que controlámos bem. Na segunda parte houve 20 minutos em que a ligação não estava tão boa mas as melhores ocasiões foram sempre nossas. Empurrámos o Moreirense para trás nos últimos 25 minutos. Sabíamos que era importante não sofrermos tantas transições, a equipa trabalhou isso e estivemos bem nesse aspeto. Desgaste físico? Acho que há sempre uma falta de energia, porque capacidade para fazer metros não falta porque são atletas bem treinados. Dissemos ao intervalo que não podíamos perder bolas, a verdade é que a perder 2-0 o Moreirense não saltou na pressão”, referiu à SportTV.

“Sabíamos que o Moreirense era muito perigoso nas transições e não demos nada ao Moreirense, fomos agressivos. Com bola baixámos um bocadinho o ritmo mas sem bola aumentámos a pressão. Não demos hipóteses para que a equipa do Moreirense pudesse marcar. Como manter a equipa motivada? Essa fome vem mais dos jogadores do que do treinador. Os jogadores é que têm essa mentalidade. O Pote gosta muito de números, o Viktor [Gyökeres] nota-se que quer muito, o Trincão e o Edwards é igual. Há uma competição saudável entre todos eles. Fizemos um jogo competente em que fomos claramente superiores e merecemos claramente a vitória”, acrescentou Rúben Amorim ainda sobre o triunfo em Moreira de Cónegos.

Já a breve prazo, e antes da deslocação a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave para o Campeonato no domingo, o Sporting irá jogar a segunda mão do playoff de acesso aos oitavos da Liga Europa com o Young Boys depois do triunfo na Suíça e o técnico admite que voltará a fazer alterações na equipa. “Sim, vamos ter de fazer alguma gestão. O Inácio, por exemplo, perdeu um bocadinho mais de bolas do que é normal, nem é cansaço físico mas mais mental. Não sei se vai jogar ou não o próximo encontro mas vamos ter de fazer mexidas a meio da semana”, concluiu Amorim, que se tornou o segundo treinador com mais jogos à frente ao Sporting igualando os 194 encontros de Paulo Bento e ficando apenas atrás de Szabo.