Um grande início com uma goleada frente ao México, uma derrota inglória diante do Brasil no tempo extra após uma recuperação de dois golos, o mesmo cenário para Portugal no Campeonato do Mundo de 2021. Ou seja, o último encontro da fase de grupos chegava numa versão “mata-mata” diante do Omã e com a Seleção a ter pelo menos de empatar para avançar até aos quartos sabendo que num plano teórico o Brasil iria confirmar o favoritismo contra os mexicanos e que “sobrava” apenas o segundo lugar do grupo D.

41 segundos de reação que não chegaram: Portugal perde com o Brasil no Mundial de futebol de praia

“Foi uma excelente promoção para a nossa modalidade, em que os jogadores de ambas as equipas se entregaram totalmente. Da nossa parte e da parte do Brasil foi um jogo quase perfeito, em que a vitória poderia sorrir para qualquer um dos lados. Foi para o Brasil como poderia ter ido para o nosso”, destacou Mário Narciso, selecionador nacional, sobre essa derrota por 3-2. “Agora o jogo com o Omã será agora diferente, embora Omã também tenha jogadores dotados tecnicamente mas que não são como os do Brasil. Tem uma equipa muito forte fisicamente, será mais uma batalha que temos de ultrapassar. Sinto o grupo com moral bastante elevada. Aliás, nem seria de esperar outra coisa, pois perder contra o Brasil e nas condições em que perdemos não é desmoralizador. Portanto, em relação a moral, estará em alta”, apontou ainda o técnico nacional aos meios oficiais da Federação sobre esta “final antecipada”.

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O show com um Mano a defender e um irmão gémeo a marcar: Portugal inicia Mundial com goleada frente ao México

A última edição do Mundial ficava como aviso à Seleção. Depois de um triunfo a abrir com Omã, Portugal perdeu com o Senegal e voltou também a cair na partida decisiva frente ao Uruguai, ficando assim arredado da fase a eliminar da competição. No entanto, e apesar do crescimento do conjunto asiático com o passar dos anos, havia esse registo 100% vencedor em fases finais do Campeonato do Mundo que começara em 2011 com uma goleada por 8-3. Mais: em 2019, quando a equipa nacional conseguiu o seu segundo título na prova, o cenário foi muito semelhante a este, com uma goleada no início da fase de grupos diante da Nigéria e uma derrota por 9-7 com o Brasil que colocou a partida com Omã como decisiva (3-1). Agora, imperou a “regra”. E num encontro muito complicado, Portugal voltou a vencer e deve agora defrontar a revelação Bielorrússia nos quartos após três triunfos do conjunto de Leste contra Senegal, Japão e Colômbia.

O início do encontro mostrou esse crescimento do Omã, que já diante do Brasil entrou no último quarto a perder pela vantagem mínima que chegaria ao final em 5-3. Portugal foi tendo mais bola, tentou controlar e atacar sendo fiel à sua identidade, teve uma bola no poste por Bê Martins (4′) mas foram os asiáticos que tiveram mais remates e situações de perigo num período inicial que terminou sem golos. Seria preciso esperar até aos 16′ para assistir ao primeiro golo, com Léo Martins a desviar de calcanhar na área um remate de Jordan. Khalid Al Oraimi acertou logo de seguida na trave num livre direto mas seria Portugal a aumentar a vantagem num fantástico pontapé de moinho de Jordan depois de um canto (20′), entrando depois em ação Pedro Mano com duas grandes intervenções a segurarem o 2-0 no final do período.

O avanço era bom mas nada estava decidido, com Omã a reduzir logo a abrir o terceiro e último período num remate forte de Abdullah Al Sauti após um erro de Bê Martins (27′) e a ameaçar por mais do que uma vez o empate que deixaria tudo em aberto ao mesmo tempo que Portugal aproveitava os espaços que surgiam de forma mais frequente para procurar o terceiro golo que fechasse as contas. As decisões, essas, chegaram só no último minuto: Khalid Al Oraimi empatou na sequência de um livre por mão de Jordan a 26 segundos do final mas Léo Martins, num salto de peixe após assistência do irmão gémeo Bê Martins, sentenciou o 3-2 final com apenas nove segundos por jogar, carimbando a passagem da Seleção aos quartos.