Era uma autêntica final antecipada. Portugal e Brasil encontravam-se na segunda jornada da fase de grupos do Campeonato do Mundo de futebol de praia e protagonizavam desde logo um confronto entre os únicos campeões mundiais em competição. Ao todo, no Dubai, cruzavam-se dois títulos portugueses e cinco brasileiros — ou seja, cruzavam-se duas das melhores equipas do mundo.

Portugal chegava ao encontro deste domingo depois de ter goleado o México na primeira jornada do Grupo D e depois de o Brasil ter goleado o Omã, ou seja, a saber que uma eventual vitória significava a subida à liderança isolada da classificação. Mais do que isso, a Seleção Nacional entrava em campo a saber que, alcançado o apuramento e seguindo em frente na prova, só voltará a encontrar os brasileiros numa eventual final.

Na antevisão, Mário Narciso lembrou que o Brasil tem “os melhores jogadores do mundo” e antecipou um “verdadeiro tratado” de futebol de praia, sublinhando a “qualidade individual e coletiva de ambas as equipas”. “Vamos sentir as dificuldades normais de quando se enfrenta uma seleção que, na minha opinião, possui a maioria dos melhores jogadores do mundo. É um jogo que quero ganhar e que irá constituir uma promoção para a modalidade. Sei que será uma tarefa dura, mas seja qual for a equipa que perder ainda ninguém fica fora da competição”, explicou o selecionador nacional.

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Assim, no Design District Stadium, Portugal repetia o cinco inicial que começou o jogo contra o México e apresentava-se com Pedro Mano, André Lourenço, Jordan Santos, Bê Martins e Léo Martins. Do outro lado, Marco Octávio (que já foi selecionador nacional português) lançava Bobô, Zé Lucas, Catarino, Edson Hulk e Datinha, também o mesmo cinco inicial que tinha sido titular contra o Omã.

O Brasil começou melhor, tendo desde logo uma boa oportunidade para abrir o marcador com um remate de Bobô que Pedro Mano defendeu com uma grande intervenção. Filipe Silva também ficou perto de marcar, com um pontapé à trave, e os brasileiros acabaram por conseguir mesmo chegar à vantagem por intermédio de Rodriguinho (5′). No fim do primeiro período, Portugal estava a perder e ainda não tinha tido uma verdadeira ocasião de golo, permitindo uma superioridade clara do adversário.

A lógica manteve-se na segunda parte, com Mauricinho a acertar no poste e depois na trave de forma quase consecutiva, ameaçando o segundo golo do Brasil e aproveitando alguma passividade portuguesa. Pouco depois, aconteceu o aparentemente inevitável e Catarino aumentou mesmo a vantagem (18′), tornando o cenário ainda mais complicado para a Seleção Nacional. André Lourenço teve uma boa oportunidade para reduzir o marcador logo a seguir, com um pontapé ao lado, mas Portugal continuava a perder com o Brasil no final do segundo período.

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Em 41 segundos, porém, a Seleção Nacional anulou a vantagem brasileira: começou o último período a reduzir a desvantagem, com um grande pontapé de Bê Martins que não deu hipótese a Bobô (27′), e empatou logo depois por intermédio de Jordan Santos (27′). Pedro Mano ainda fez duas defesas importantíssimas até ao fim, face a um livre de Catarino e a um pontapé isolado de Rodriguinho, e Bê Martins desperdiçou uma grande penalidade nos últimos segundos ao permitir a defesa de Bobô, com o empate a manter-se.

Tudo seguiu para um prolongamento de três minutos onde o Brasil acabou por carimbar a vitória por intermédio de Mauricinho, com Portugal a não ser capaz de voltar a marcar até ao fim. Com este resultado, os brasileiros somaram mais dois pontos e assumiram a liderança isolada do Grupo D, com os portugueses a ficarem com menos dois e os mesmos que o Omã, que venceu o México este domingo. A Seleção Nacional volta a entrar em campo na terça-feira, contra o Omã, num jogo onde irá disputar o apuramento para os quartos de final.