Copo meio cheio, copo meio vazio. Quando chegou ao intervalo em vantagem com mais um golo de Viktor Gyökeres, o Sporting tinha do seu lado uma estatística de peso: nessa condição, tinha ganho todos os jogos em Alvalade para a Liga Europa ou a antiga Taça UEFA. A parte de não consentir reviravoltas com o avanço no final dos primeiros 45 minutos ficou, o triunfo nem por isso – e logo na primeira frase que teve na zona de entrevistas rápidas, Rúben Amorim admitiu que ninguém ia feliz para casa pelo empate apesar da passagem (mesmo admitindo que não tinha muito a apontar a não ser a finalização perante aquilo que a equipa fez). E esse acabou por ser mesmo o ponto negativo em mais uma noite em que os leões foram melhores.

Até ele tem dias assim, de muita parra e pouca uva (a crónica do Sporting-Young Boys)

No dia em que Rúben Amorim ultrapassou Paulo Bento como segundo treinador com mais jogos pela equipa verde e branca, o Sporting quebrou uma série de 13 vitórias consecutivas em Alvalade, ficando assim com um registo de 16 triunfos, um empate (Young Boys) e uma derrota (Atalanta) em 18 jogos feitos em casa quando estamos a apenas uma semana do dérbi com o Benfica para a primeira mão da Taça (havendo antes uma deslocação a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave para a Liga). Ainda assim, essa igualdade foi suficiente para os leões seguirem para os oitavos da Liga Europa, onde terão como possíveis adversários West Ham, Brighton, Rangers, Atalanta, Liverpool, Villarreal, Slavia de Praga (o mais apetecível) e Bayer Leverkusen.

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Mais uma vez, e mesmo numa noite onde esteve em destaque pelos melhores e pelos piores motivos, Viktor Gyökeres foi a principal figura da partida. O golo que marcou ainda na primeira parte fez com que chegasse aos 30 remates certeiros esta temporada (29 pelo Sporting, um pela Suécia) e que atingisse pela primeira vez uma série de três encontros consecutivos a marcar na prova europeia, sendo que há 20 anos que um jogador dos verde e brancos não conseguia marcar cinco golos nas primeiras sete partidas internacionais pelo clube de Alvalade. Antes dele, só Liedson, Jardel, Cadete e Paulinho Cascavel marcaram cinco ou mais a abrir. No entanto, o escandinavo, que é a partir de agora o elemento com mais minutos no plantel de Amorim, teria também o seu momento negativo, ao falhar pela primeira vez um penálti pelo Sporting, o que não acontecia há um ano ano. Com isso, e entre tantas oportunidades falhadas, o Young Boys empatou mas nem por isso os leões deixam de ter o melhor registo de golos nos primeiros 18 jogos em casa dos últimos 50 anos (60).

“Obviamente que não vamos felizes para casa porque devíamos ter ganho por uma diferença muito grande. Fomos mais superiores comparando com o primeiro jogo [na Suíça]. Sofremos um golo numa das poucas oportunidades do adversário e fica a sensação de que devíamos ter mais um triunfo na Europa e continuar na senda das vitórias. Não posso apontar nada, porque não baixaram o nível nem a intensidade, mas a sensação não é boa. Se estivéssemos a falar de uma vitória por dois ou três a zero, mas com a equipa a baixar o nível, estaria preocupado. Assim não, fomos claramente superiores”, disse Amorim à SportTV.

“Momento? Vamos ver. Depende, são fases, há as mais difíceis. Hoje é um resultado difícil de digerir mas passámos. A equipa está bem defensiva e ofensivamente. A pensar já no Benfica? Não, não, agora é pensar no Rio Ave, que vai ser muito difícil. Há previsões de tempo mau e não sabemos como vai estar o campo. Não temos margem para falhar. Sorteio da Liga Europa? Mais uma vez, estamos preocupados apenas como o Rio Ave e depois logo se vê”, acrescentou ainda o técnico na zona de entrevistas rápidas.

“Se o Viktor vai continuar a marcar os penáltis? Vamos ver. É bem possível que continue. O Pote uma vez falhou e continuou a bater. Obviamente que não perdemos a confiança nele e vai bater com certeza o próximo. Ele é adorado pelos adeptos do Sporting, mas não só, o festejo dele é usado por toda a gente, já o via como um grande ídolo e as pessoas adoram-no. É normalíssimo esse apoio que ele tem. Não precisa de grande gestão, jogou no Championship. Olho para o jogo e não sinto que precise de recuperar. Corre muitos metros, leva porrada, mas não é como os médios ou os defesas que têm de ir atrás sim ou sim. Ele recupera, descansa e vai outra vez. Quando não faz dois ou três golos fica frustrado mas isso tem a ver com o caráter dele”, destacou mais tarde Rúben Amorim na conferência de imprensa após o encontro.