No último fim de semana falou como presidente nas Caldas da Rainha, este fim de semana falou “só” como candidato num hotel da Invicta. Num sábado marcado pelas muitas ações de partidos políticos no norte do país, incluindo na cidade do Porto, Pinto da Costa voltou a ter um momento daqueles que diz não fazer mas que na verdade acaba por ser inevitável: campanha. E dentro de um discurso que (desta vez) foi sobretudo virado para o próprio programa e não tanto para o principal adversário direto, André Villas-Boas, o líder dos azuis e brancos que concorre a um 16.º mandato anunciou três nomes para o elenco da Direção.
O primeiro, João Rafael Koehler, acabou por ser quase uma confirmação daquilo que se esperava, tendo em conta a proximidade do empresário a Pinto da Costa nas últimas semanas. “O doutor João Koehler é um homem de uma visão alargada, um homem que vê as coisas à frente dos outros. Que, digo aqui publicamente, sem medo do desmentido, foi fundamental nos momentos mais difíceis que o FC Porto atravessou. Foi fundamental para a nossa recuperação. A presença dele é para mim um descanso e garantia e a certeza de que vamos ter sucesso. João, é um prazer enorme, conheço o seu portismo, a sua capacidade de trabalho, inteligência e amor ao FC Porto. Tenho muito o orgulho em tê-lo na minha Direção”, explicou Pinto da Costa.
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O segundo, Marta Massada, tem sobretudo uma ligação ao clube através do seu pai, Leandro Massada, um especialista em Ortopedia e referência na medicina desportiva que no ano de 2022 recebeu o Dragão de Ouro Carreira. “A doutora Marta Massada é uma irmã mais nova que eu tenho, respira e sente o FC Porto, honra o nome do seu pai, doutor Leandro Massada, um símbolo do FC Porto. Por isso, é do fundo do coração uma alegria enorme ter o privilégio de a poder ter na minha Direção”, prosseguiu, citado pelo jornal O Jogo.
O terceiro, António Oliveira, ganhou um redobrado peso tendo em conta a longa ligação ao clube não só como jogador mas também como treinador e acionista da FC Porto SAD. “O António Oliveira toda a gente conhece, toda a gente sabe que foi o melhor jogador da sua geração. Foi o treinador que nos deu o sonho de dezenas de anos que era ganhar o tricampeonato. Ganhámos numa noite inesquecível em Guimarães. E vencemos depois o tetra. Tem o FC Porto no coração. Sempre me apoiou, sempre me deu conselhos e só não foi candidato à presidência porque entendeu que devia ser eu. Se não, eu tê-lo-ia apoiado. É um prazer enorme voltarmos a poder trabalhar diariamente, a sentir e viver o FC Porto”, confessou o líder portista.
“O futuro não é de maneira nenhuma assustador, só é assustador para quem não tem coragem. A minha equipa tem competência rigor, ambição e, sobretudo, uma grande paixão. Não quero que ninguém que venha porque tenha interesses televisivos ou interesses na compra e venda de jogadores. Os meus candidatos à Direção, digo, é impossível que sejam sócios apenas desde novembro do ano passado”, atirou de seguida, numa das poucas “farpas” atiradas à candidatura liderada pelo ex-técnico Villas-Boas.
“Vamos recuperar mais financeiramente e vamos ser ambiciosos no campo desportivo. Ouço falar que as modalidades têm que ser suficientes por si próprias, só quem não conhece a exigência dos adeptos do FC Porto é que pode subscrever isso. Vamos lutar para que continuemos a ganhar ainda mais em todas as modalidades. Vamos continuar a investir no futebol, a ter uma grande equipa. A ter os melhores jogadores possíveis dentro das dificuldades dos clubes portugueses. Vamos ter um treinador de ambição, vamos ser mais fortes a lutar por títulos. A campanha eleitoral não tem sido campanha, tem sido uma procura de dividir os associados. É preciso mudar? Mudar o quê? Deixar de ganhar no futebol? Deixar de ganhar no andebol, no voleibol, deixarem de encher o estádio? Eu não quero. É preciso levar o nosso plano em frente, sem medo e determinação, e essas não me faltam, nem a mim nem a ninguém”, concluiu Pinto da Costa.