Pinto da Costa costuma dizer há muito que não faz “campanha eleitoral”. Disse ainda antes do anúncio da recandidatura, disse no momento de apresentação, continua a dizer nas intervenções públicas que via tendo como presidente do FC Porto. No entanto, há sempre qualquer coisa de campanha no momento que os azuis e brancos atravessam e que coincide com o aparecimento de alguém que pela primeira vez se mostra capaz de desafiar o líder dos dragões há mais de 40 anos, não só nessas palavras que vai proferindo como aconteceu no passado sábado nas Caldas da Rainha mas também na apresentação das propostas para 2024-2028.

Pinto da Costa promete fim dos prémios aos administradores da SAD do FC Porto

“Disse há dias que no FC Porto há uma categoria especial: são os sócios de elite, somos todos. Não são só os que nasceram em palácios ou que nasceram no Castelo do Queijo [zona da cidade do Porto situada na Foz] ou no castelo da marmelada… Os nossos sócios e dragões de referência são o povo que tem o coração do dragão”, tinha comentado Pinto da Costa na visita à Casa do FC Porto das Caldas da Rainha no sábado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Enquanto quiserem e eu puder, continuarei a lutar pelo FC Porto. Quando se diz que lutamos contra tudo e contra todos, não é um slogan, é uma realidade. Uma das razões que me dá força para além do vosso apoio e no que sinto em todas as deslocações às Casas do FC Porto, é ser diariamente bombardeado por alguns comentadores nas televisões que me querem ver, na realidade, daqui para fora. A maior medalha que recebo todos dias é a hostilidade dos órgãos de comunicação da capital. Aos que me tentam atingir ou ofender, digo que são balas que resvalam na couraça da minha indiferença. Até ao último dia defenderei o FC Porto intransigentemente. Esses ataques são medalhas, são estímulos, se julgam que me assustam, não tenho medo”, referiu, antes de outra saída que indiretamente visava o principal rival, André Villas-Boas.

“Não vou deixar que seja o entreposto para árabes”: a apresentação de Pinto da Costa, com revelações e muitas “farpas” a Villas-Boas

“Enquanto eu estiver no FC Porto, não há ninguém que se meta no clube para procurar vendê-lo em parte para meter também as ações que possua. A SAD do FC Porto será sempre do FC Porto, será sempre nossa. Comigo manter-se-á sempre e aqueles que anseiam entrar aqui para facilitar negócios de televisão, que estiveram muito tempo a explorar o FC Porto, não vão ter guarida. Quando o FC Portou criou, por obrigação, a SAD, tínhamos apenas 40%, mas hoje temos uma maioria estável de 74,5%. Isso, comigo, manter-se-á sempre. O FC Porto será sempre nosso, vosso e de quem o ama”, concluiu Pinto da Costa.

Esta segunda-feira, o movimento do “Tudo pelo Porto” explicou um pouco mais sobre o que defende sobre a “Transparência e Boa Governança”, num “modelo de gestão ético, transparente, verdadeiro e íntegro que respeite as boas práticas e condutas que honram os valores da nossa instituição, com uma visão que tem a relação com os sócios no centro das prioridades” que tem três grandes pilares. E é no primeiro aquilo que surge a “notícia”, que abre de forma assumida a porta a alguns dos administradores e demais quadros.

35 milhões de lucro no semestre, a passagem para capitais próprios depois do dinheiro da Champions: FC Porto SAD apresenta contas

“Renovação da equipa de gestão, com a entrada de novos elementos com provas dadas no sector privado, em ambientes complexos e competitivos”, aponta, sendo que João Rafael Koehler tem sido um dos nomes apontados a um futuro elenco de Pinto da Costa. “Divulgação regular das demonstrações financeiras de forma clara e compreensível, incluindo receitas, despesas, dívidas e investimentos, de forma a melhorar a comunicação com os sócios, adeptos, investidores, parceiros estratégicos e fornecedores”, advoga o site do movimento, antes de mais um anúncio: um “Comité de Auditoria Independente mais alargado, composto por membros do Conselho Superior e que incluam, igualmente, personalidades das várias listas, para garantir a transparência e a conformidade com as melhores práticas de governança”.