Em conferência de imprensa para apresentação do programa, o diretor do FITEI, Gonçalo Amorim, explicou que nesta edição, subordinada ao tema “Trauma, Bravura e Fantasmagorias”, serão também assinalados os 50 anos do 25 de Abril, citando como um dos exemplos, o espetáculo de abertura do festival, “Luta Armada”, da companhia Hotel Europa, que sobe ao palco do Teatro do Campo Alegre, no Porto, nos dias 15 e 16 de maio.
Esta peça, uma coprodução com o FITEI, “continua a investigação da companhia sobre o passado recente, analisando os projetos políticos que recorreram a ações de violência como assaltos a bancos, colocação de bombas e sabotagens, entre outros, como forma de luta em Portugal, na segunda metade do século XX”.
Uma das novidades deste ano é a passagem pelo Coliseu do Porto (18 maio) com uma criação do Teatro O Bando e da Companhia Olga Roriz, em parceria com a Banda Sinfónica Portuguesa, “Irmã Palestina — 1001 Noites”, que “procura as verdades que se escondem nas ficções e as ilusões que enevoam a realidade”.
A 16 e 17 de maio, o FITEI recebe, no Grande Auditório do Rivoli, em estreia nacional, o espetáculo “Stabat Mater”, da brasileira Janaína Leite.
Nas mesmas datas, mas no Teatro Nacional São João, Fran Nunëz, do Centro Dramático Galego, sobe ao palco com o espetáculo “Manuela Rey Is In Da House”, “uma espécie de regresso triunfal ‘post-mortem’ da atriz, poetisa, líder sindical e lenda Manuela Rey aos palcos”, referiu Gonçalo Amorim.
No Teatro Municipal Constantino Nery, em Matosinhos, a artista chilena Ana Luz Ormazábal estreia “Maria Isabel”, a personagem central desta obra, que conta e recorda uma investigação que “nunca viu a luz do dia”.
“Esta médica chilena, prisioneira em Tres Álamos, enquanto membro do Movimento de Izquierda Revolucionaria (MIR), escreveu um manifesto feminista, juntamente com outras militantes, que abordava uma história discriminatória das mulheres num partido revolucionário”, contou o diretor do FITEI.
A partir do texto homónimo de Marguerite Duras, cinco intérpretes da companhia de Viseu ArDemente embarcam em “O Navio Night”, uma história “sobre linguagem, sobre imagens, sobre escuridão e sobre desejo”, que se apresenta a 16 e 17 de maio no Campo Alegre.
O Teatro do Frio apresenta “Trajetória”, uma performance audiovisual que emerge da recolha de sons e imagens, tecendo uma linha imaginária através dos trilhos percorridos em bicicleta por Rodrigo Malvar (sonoplasta e performance) e Gonçalo Mota (cineasta e antropólogo) durante as expedições do projeto de pesquisa Gyrovagus.
Esta é uma estreia e coprodução FITEI que passa por três salas distintas — Central Elétrica (16 maio), Teatro Municipal da Matosinhos (17 maio) e pelo Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo (19 maio).
Nos dias 17, 18 e 19 de maio, Jorge Andrade, da Mala Voadora, apresenta no espaço da companhia no Porto “Old Cock”, escrito por Robert Schenkkan, a história de um Galo de Barcelos que ganha vida e procura respostas perante o ditador Salazar, que o manteve um símbolo nacionalista durante 40 anos.
Nos dias 18 e 19 de maio, mas no Teatro Carlos Alberto, Ivo Alexandre, regressa ao universo burlesco e cómico de Ionesco com “Amédée ou como Desembaraçar-se”.
A segunda semana do festival arranca com “One Night at de Golden Bar”, de Alberto Cortez, a 21 e 22 de maio, no pequeno Auditório do Rivoli.
“A Possibilidade da Ternura”, uma estreia nacional (23 maio, no Rivoli) da companhia chilena La Re-Sentida materializa uma história performativa que partilha experiências e testemunhos de adolescentes, entre os 13 e os 17 anos.
“Sem Palavras”, da Companhia Brasileira de Teatro, chega ao Teatro Nacional São João a 24 e 25 de maio.
Paralelamente às peças, decorrerão, entre outras iniciativas, ações de formação com a participação dos artistas que passam pela cidade, no FITEI Aberto, com festas abertas ao público no clube popular dos Guindais e o FITEI Pró, com encontros entre programadores e artistas, mesas redondas e ‘showcases’.