Os trabalhadores da Cimpor iniciam nesta terça-feira uma greve de quatro dias, até sexta-feira, por aumentos salariais de 8%, 37 horas semanais a partir de janeiro, retribuição do trabalho por turnos, entre outras reivindicações.

A Federação dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom) avançou, em comunicado divulgado na semana passada, que estão a ser convocadas concentrações dos trabalhadores em greve para as 8h00 da manhã de todos os dias da greve, junto à entrada das fábricas da Maia, Souselas, Alhandra, Alenquer e Loulé.

A greve foi alargada a mais empresas do grupo, abrangendo também os trabalhadores da Ciarga — Argamassas e, no dia 18, os da Cimpor — Serviços e da Sacopor.

Os trabalhadores reclamam aumentos salariais de 8% em 2024, num mínimo de 200 euros, um período normal de trabalho de 37 horas semanais a partir de 1 de janeiro de 2025, o pagamento de anuidades, a retribuição do trabalho por turnos, feriados no regime de laboração contínua e o pagamento do 15.º mês.

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Entre as reivindicações estão ainda apoio escolar a filhos dos trabalhadores, transportes e abonos para deslocações, o alargamento da progressão de carreira de diversas categorias profissionais, a criação de uma nova categoria profissional de Oficial de Conservação Elétrica e Eletrónica e melhorias no serviço de prevenção.

A administração fugiu à negociação e decidiu avançar unilateralmente com uma atualização de 4,5% nos salários e outras matérias pecuniárias, que fica muito aquém das reivindicações dos trabalhadores, para além de recusar negociar a redução do horário semanal de trabalho, melhorias nas carreiras profissionais e a aplicação do apoio na saúde a todos os trabalhadores, reformados e familiares”, justificou a Feviccom.

Segundo a federação sindical, a Cimpor, adquirida recentemente pela Taiwan Cement Corporation (TCC), “integra o terceiro maior grupo cimenteiro mundial, com condições económicas e financeiras bastantes para responder positivamente às propostas dos trabalhadores”.

A paralisação em defesa da proposta de revisão do Acordo de Empresa foi decidida pelos trabalhadores em recentes plenários realizados nas fábricas, “mais de vinte anos depois da última greve realizada”, segundo a coordenadora da Feviccom, Fátima Messias.