Algumas escolas primárias escocesas estão a indicar alunos para serem os “defensores LGBT” da escola, como parte da colaboração com uma organização de defesa dos direitos LGBT. Além disso, as escolas estão a ser “incentivadas” a perguntar a crianças a partir dos quatro anos se são homossexuais ou transsexuais (duas questões diferentes, uma vez que uma se refere à orientação sexual e outra à identidade de género).
A notícia é avançada pelo britânico Telegraph, que consultou documentos que apontam para a criação de “clubes LGBT” e grupos de “aliados para o género e orientação sexual” na escola.
Segundo o jornal, tudo faz parte do acordo que estas escolas têm com a LGBT Youth Scotland. O mesmo plano, a que as escolas aderem, “incentiva” os professores a instalar casas de banho “neutras” e a celebrar o Dia da Memória Transgénero.
A discussão sobre estes temas tem ganhado tração na Escócia, onde foi publicado, na semana passada, um relatório sobre os serviços públicos de saúde que indicam que as crianças que se identifiquem como transgénero não devem ser apressadas a fazer tratamentos nesse sentido, porque se podem arrepender mais tarde, ou a tomar hormonas antes dos 18 anos.
A organização LGBT diz que mais de 200 escolas secundárias e 40 primárias já se juntaram ao seu programa para a Educação, que se aplica depois, nestes moldes, nas escolas. Cada instituição deve escolher dois alunos e dois funcionários para serem “defensores LGBT”, sendo que podem também conduzir estudos dentro da escola para perguntar às crianças se fazem “parte da comunidade LGBT” para perceber se “o bullying os afeta proporcionalmente dentro da escola”.
A organização diz também que já deu formação a mais de cinco mil professores desde 2021, passando os seus objetivos por “alcançar no mínimo 30 mil jovens” e mudar a “cultura e ética” das escolas.
Segundo a página da LGBT Youth Scotland, o programa para a Educação serve para “de forma pró-ativa aumentar a inclusão LBGT para funcionários e estudantes”, o que inclui uma educação e aprendizagem mais “inclusiva” para passar a mensagem de que “funcionários, estudantes e pais LGBT estarão seguros, serão apoiados e incluídos”. A página justifica estas ações lembrando que um estudo de 2022, intitulado Life in Scotland, revelou que 13% das pessoas gays, lésbicas e bissexuais e 19% das transgénero abandonaram os estudos depois de serem alvo de discriminação.