As eleições regionais deste domingo no País Basco, no nordeste de Espanha, terminaram com um empate no número de deputados eleitos entre o Partido Nacionalista Basco (PNV) e o independentista EH Bildu, segundo dados oficiais.

Os dois partidos elegeram 27 deputados cada, embora o PNV tenha tido mais votos do que o EH Bildu (35,24% e 32,45%, respetivamente, quando estavam contados quase 99% dos boletins).

Para a maioria absoluta são necessários 38 assentos no parlamento regional, pelo que a chave do poder volta a estar no partido socialista (PSE-EE, estrutura regional do partido socialista espanhol, PSOE), que na última legislatura já integrou a coligação no governo regional, liderada pelo PNV.

O partido socialista, que foi o terceiro mais votado nas eleições deste domingo (14,2%) e conseguiu 12 deputados, garantiu durante a campanha que só voltaria a fazer acordos de governo com o PNV, deixando o EH Bildu sem aliados para tentar formar um executivo.

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Imanol Pradales, de 49 anos, que liderou a candidatura do PNV, deverá ser assim o novo ‘lehendakari’, como se designa o cargo de presidente do governo regional basco.

Segundo os dados oficiais das eleições, o Partido Popular (PP, direita) elegeu sete deputados e teve 9,23% dos votos; o Somar (esquerda conseguiu um deputado e 3,34% dos votos e o Vox (extrema-direita) ficou com um deputado e teve 2,04% dos votos.

Havia atualmente no parlamento basco 31 deputados do PNV, 21 do EH Bildu, 10 dos socialistas, seis do Podemos (extrema-esquerda), um do VOX e um do Cidadãos (liberal).

O PNV, de centro-direita, foi sempre o partido mais votado nas eleições regionais bascas e, com a exceção de um período de três anos entre 2009 e 2012, esteve também sempre à frente do governo autonómico.

Esta hegemonia foi ameaçada pela primeira vez nestas eleições, pelo crescimento do EH Bildu, uma plataforma de partidos independentistas de esquerda que integra formações herdeiras dos antigos braços políticos da ETA, tendo entre os militantes e dirigentes ex-membros do grupo terrorista.

O EH Bildu, que nos seus estatutos tem inscrita a condenação da violência com objetivos políticos, nasceu em 2012, com o fim da atividade da ETA e no contexto da crise financeira, tendo-se assumindo desde o início, e consolidado ao longo destes 12 anos, como um partido com preocupações sociais, relegando para um plano secundário as questões identitárias ou a independência do País Basco.

PNV e EH Bildu conseguiram, no conjunto, perto de 70% dos votos e o próximo parlamento regional será o mais nacionalista da história do País Basco, depois de uma campanha centrada, no essencial, em questões socioeconómicas e coincidindo com um momento em que, segundo todos os estudos de opinião, o desejo de independência está em mínimos históricos entre os bascos.