O julgamento de Christian Brueckner — suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann e que está agora a ser julgado por crimes de abuso sexual na Alemanha — ainda não terminou e está na fase em que são ouvidos os polícias britânicos responsáveis pela investigação do desaparecimento que aconteceu no Algarve, há 17 anos. Numa das últimas sessões, adianta o Dailymail, foi a vez do inspetor Mark Draycott explicar como é que conseguiu o depoimento de Helge Busching, em 2017.

Helge Busching é considerado uma testemunha essencial, quer na investigação iniciada pela polícia britânica, uma vez que revelou informações sobre Madeleine McCann, quer no julgamento que decorre neste momento na Alemanha. Este homem é amigo de Brueckner e, segundo o inspetor Mark Draycott, foi ele quem telefonou à polícia britânica, a 18 de maio de 2017, três anos antes de Brueckner ter sido considerado o principal suspeito pelas autoridades alemãs.

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“Disse que tinha informações e deixou um número de telefone grego”, começou por dizer Mark Draycott. De seguida, este inspetor terá ligado à agora testemunha fundamental no processo que não está relacionado com o desaparecimento de Maddie. Helge Busching terá dado algumas informações, essenciais para construir uma linha de investigação, que depois foi partilhada com a Alemanha e com Portugal.

Depois das primeiras informações, este inspetor foi a Atenas. “Falámos com ele durante dois dias e ele deu-nos informações em relação ao caso McCann”, explicou. “Nesta fase, ele não queria dar uma declaração à polícia, mas à medida que a linha de inquérito continuava, ele ficou à vontade para prestar declarações à polícia britânica”.

O depoimento ficou completo, continuou o inspetor, quando Helge Busching viajou até Londres para oficializar o seu testemunho. Foram pagas as despesas de deslocação e Mark Draycott garantiu que não foram dados quaisquer benefícios em troca das palavras de Busching.

Este inspetor não adiantou muitos detalhes sobre o conteúdo das declarações de Busching, avançando apenas que este disse ter encontrado Christian Brueckner num festival em Espanha, em 2008, precisamente um ano depois do desaparecimento de Maddie, e que este suspeito terá falado sobre a criança. “Era estranho que ela não gritasse quando foi levada”, terá dito Brueckner a esta testemunha. Aliás, em tribunal, no ano passado, Busching revelou que Bruckner lhe contou que Maddie “não chorou” no momento do rapto.

Apesar desta breve descrição, o inspetor britânico disse não poder adiantar mais detalhes. “Não posso falar sobre isso”, sublinhou.