Israel apresentou um ultimato ao grupo islâmico Hamas: ou aceita o acordo para cessar-fogo e de libertação de reféns no espaço de uma semana (a contar a partir desta sexta-feira), ou então começa a incursão militar a Rafah, noticia o Wall Street Journal, que apurou as informações junto de fontes egípcias.
Neste momento, o Hamas ainda não respondeu à última proposta de acordo de Israel — que tem sido mediada pelo Egito e que foi feita durante o último fim de semana. Fontes egípcias contaram ao Wall Street Journal que a liderança política do grupo islâmico estava a negociar com o braço armado que permanece na Faixa de Gaza, mas este último nunca deu uma resposta à proposta.
Os dirigentes egípcios dizem que o Hamas está à procura de garantias dos Estados Unidos da América (EUA) de que Israel vai respeitar o cessar-fogo imposto pelo acordo, condição que o grupo islâmico duvida que Telavive cumpra.
A última proposta estipula uma trégua de 40 dias, durante os quais o Hamas libertava 33 reféns. Após essa fase, havia a possível negociação de um cessar-fogo a longo prazo, mas não está garantido e está dependente de como corre a primeira etapa.
Esta quinta-feira, uma delegação do Hamas indicou que vai com um “espírito positivo” novamente ao Cairo para continuar a negociar o acordo de cessar-fogo.
Ainda que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyhau, tenha assegurado que avançará com uma incursão militar em Rafah, o Egito acredita que isso é bluff — e que as autoridades israelitas estão dispostas a adiar a invasão à cidade no sul da Faixa de Gaza.
No entanto, o Hamas teme que o primeiro-ministro de Israel esteja a adotar uma atitude provocatória para levar a uma rejeição da proposta. Assim, Benjamin Netanyahu podia ordenar a invasão de Rafah, criticada inclusivamente pelos aliados mais próximos, e depois culpar o grupo islâmico.
Segundo o mesmo jornal, o Hamas não deverá rejeitar liminarmente os termos israelitas e deverá apresentar uma contraproposta a Israel.