Já é um hábito, mas não deixa de ser um feito. A final four da Liga dos Campeões de futsal voltava a contar com duas equipas portuguesas, Benfica e Sporting, sendo que ambos procuravam recuperar da da desilusão do ano passado — quando os encarnados perderam com o Palma na meia-final e os leões deixaram escapar para o troféu para o mesmo Palma na final.

Um ano depois, o sonho de uma final da Liga dos Campeões completamente portuguesa voltava a estar em cima da mesa: ainda que, para isso, o Benfica tivesse de eliminar o campeão europeu Palma na meia-final e o Sporting tivesse de fazer o mesmo com o todo-poderoso Barcelona. Mas Nuno Dias, treinador leonino, não conseguia não deixar o patriotismo de lado na hora de abordar as expectativas sobre a final four a decorrer em Yerevan, na Arménia.

O dia de afirmação de Lúcio merecia uma noite melhor: Benfica perde com Palma nos penáltis e volta a falhar final europeia

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“Era bom ter uma final portuguesa, porque era sinal de que tínhamos ultrapassado o Barcelona e chegado à final mais uma vez. A nossa preocupação é o Barcelona e chegar à final, independentemente de quem vai ser o adversário. Sei que querem que diga que seria muito bom para o futsal português e eu também acho que sim, mas, e desculpem-me por ser egoísta, o mais importante é o Sporting ganhar”, atirou o treinador na antevisão da meia-final desta sexta-feira, acrescentando que o objetivo era voltar a conquistar a Liga dos Campeões alcançada em 2019 e 2021 e vingar as recentes finais perdidas em 2022 e 2023.

Ainda antes de entrar em campo, porém, o Sporting já sabia que o tal sonho que não era de Nuno Dias não seria concretizado. Depois de um empate a quatro golos no tempo regulamentar, o Benfica perdeu com o Palma nas grandes penalidades — ou seja, eliminando o Barcelona, os leões iriam voltar a encontrar-se com os espanhóis na final, numa reedição do jogo da temporada passada.

O Sporting começava com Henrique, Tomás Paçó, Zicky, Merlim e Taynan, enquanto que o Barcelona tinha o ex-leão Erick no cinco inicial, com o ex-Benfica André Coelho a arrancar no banco de suplentes. Os leões entraram praticamente a ganhar, com Paçó a abrir o marcador com um grande pontapé de primeira ainda dentro do minuto inicial (1′).

Os catalães não demoraram a responder, com Henrique a parar um pontapé de Antonio Pérez (5′), e acabaram por carimbar a reviravolta no espaço de 28 segundos: empataram através de um autogolo de Rafa Félix (8′) e, logo a seguir, Adolfo surgiu ao segundo poste e nas costas de João Matos a desviar para conquistar a vantagem (9′). A primeira parte chegou a ser interrompida por um apagão no pavilhão, ainda que não tenha durado nem dez segundos, e Pauleta ficou perto do empate nessa fase com um remate à trave (10′).

A igualdade acabou mesmo por surgir e por intermédio de Zicky (17′), já depois de Catela acertar no poste dos leões (16′), e o Sporting alcançou mesmo a segunda reviravolta do jogo através de Hugo Neves, que aproveitou a recarga depois de acertar na trave na conversão de uma grande penalidade (17′). Até ao intervalo, porém, o Barcelona voltou a empatar e através de Antonio Pérez (18′), confirmando-se uma primeira parte de nível altíssimo.

A segunda parte também começou com um golo, com Catela a finalizar um lance brilhante com um remate potente que não deu qualquer hipótese a Henrique (21′), restaurando a vantagem do Barcelona. A resposta do Sporting pouco tardou, com Tatinho a motivar mais um empate e a tornar o jogo ainda mais épico (24′), e os catalães regressaram à frente do marcador através de Matheus (31′). 

Mas já nada mudou até ao fim. Tal como o Benfica caiu com o Palma, também o Sporting perdeu com o Barcelona e falhou a final da Liga dos Campeões de futsal, que não terá equipas portuguesas pela primeira vez desde 2020 e que será completamente espanhola. Os leões perderam assim a oportunidade de chegar à quarta final consecutiva na competição, para além de não terem hipótese de correr atrás do terceiro título europeu, e o sonho de uma final portuguesa tornou-se um verdadeiro pesadelo.