Os capítulos não eram todos iguais, as valias das equipas também não podiam ser comparadas, mas a final do Campeonato do voleibol trazia à memória aquilo que tinha acontecido em 2018, quando o Benfica teve uma bola de jogo na “negra” do quinto e último encontro mas acabou por ver o Sporting ganhar nas vantagens depois de dois serviços de Garrett Muagututia que viraram mais uma vez o rumo dos acontecimentos. Tal como tinha acontecido na última temporada, desta vez com encarnados e Fonte do Bastardo, a decisão iria resumir-se a uma só partida num Pavilhão da Luz a abarrotar de adeptos da casa (os leões jogavam à mesma hora com o Portimonense um jogo quase decisivo para o título de futebol) e que funcionava como um derradeiro desafio à equipa mais experiente dos encarnados e à nova versão guerreira dos verde e brancos.

“Nos dois últimos jogos em casa vencemos, os adeptos apoiaram-nos, empurraram-nos. Não podemos estar com uma atitude em quadra não tão boa, se a atitude das bancadas estiver boa. Queremos ter uma energia positiva para sermos superiores e conquistarmos o pentacampeonato. É o jogo que decide o título. Ficámos chateados com o último jogo, em que o nosso desempenho ficou atravessado, aquém do que queríamos, e temos de corrigir algumas coisas para ter mais agressividade e causar mais dificuldades à receção deles. É algo em que precisamos ser melhores em casa. Todos estão preparados mas é preciso ter confiança e atitude positiva para que as coisas aconteçam”, referira Marcel Matz, técnico do Benfica, no lançamento do jogo.

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A um passo do penta: Benfica vence Sporting na Luz e fica a uma vitória de ser campeão de voleibol

“Temos trabalhado sempre nos limites e sabíamos que tínhamos caminho a percorrer para discutirmos os jogos com este tipo de adversários. Estamos nesse modo competitivo há muito tempo e desde que entrámos na reta final, com a Final Four da Taça de Portugal, abordamos cada jogo como uma final. Será mais um jogo de uma final que tem sido pautada pelo equilíbrio, o desfecho é imprevisível e queremos que caia para nós. Não nos vamos inibir de querer fechar com chave de ouro. Os jogos têm sido equilibrados e fora já ameaçámos que é possível discuti-los. O adversário pode crescer um pouco mais mas não podemos quebrar. Vamos querer jogar olhos nos olhos, discutir o jogo e o título”, destacara João Coelho, treinador do Sporting.

Um coração que anulou todos os anos de experiência: Sporting vence Benfica e leva decisão do título para a “negra” na Luz

Depois de uma longa série de triunfos consecutivos do Benfica no dérbi, a temporada de 2023/24 trouxe um equilíbrio que perdurou até ao jogo 5 da final com quatro triunfos para cada lado entre Campeonato e Taça de Portugal. E se os encarnados poderiam completar um inédito pentacampeonato, os leões poderiam apenas pela segunda vez na história fazer a dobradinha com um triunfo que lhe fugia desde 2018. No final, o triunfo voltou a sorrir ao Benfica, que fez prevalecer mais uma vez o fator casa e ganhou o seu 12.º título na história, apenas a um do Técnico e a seis do Sp. Espinho, clube com mais troféus na prova.

O primeiro set voltou a ter um início equilibrado e sempre com vantagens mínimas até ao 8-8, altura em que o Benfica fez um parcial de 3-0 que permitiu dar outra tranquilidade na forma de gerir a partida. A equipa da casa estava melhor, conseguia colocar a sua experiência toda em campo, chegou a ter avanços de seis (18-12) e sete pontos (21-14) mas teve ainda de sofrer até fechar com os leões a reduzirem para 22-21 antes do 25-21. No segundo set, o filme foi diametralmente oposto: o Sporting esteve sempre melhor e mais equilibrado, foi dominando todos os capítulos de jogo e ganhou com uma inesperada vantagem de 25-16.

Voltava tudo à “estaca zero” na final, com essa garantia de que o vencedor do terceiro parcial daria um passo muito importante para o triunfo. Esperava-se equilíbrio, houve tudo menos isso: o Sporting eclipsou-se por completo em termos ofensivos, desligou do encontro demasiado cedo e viu o Benfica aumentar de uma forma contínua a vantagem até chegar ao 25-15 que deixava o título a um set de distância que, depois de ter os leões durante vários pontos na frente, virou mesmo para as águias até à festa do pentacampeonato (25-23).

“Foi um campeonato muito difícil, o Sporting foi um grande adversário. Fico muito feliz feito por todos, gratos aos jogadores que sempre acreditaram, merecem o pentacampeonato, são incríveis. É uma grande história aqui no Benfica mas entramos sempre para ganhar”, destacou Marcel Matz no final de um encontro que terminou em clima de fair play, com o Sporting a fazer uma guarda de honra quando o Benfica foi receber as medalhas e o troféu de campeão. “Foi um bom jogo mas entrámos mal na partida e o Benfica aproveitou. Percorremos um caminho longo para aqui chegarmos e merecíamos ir à negra”, comentou João Coelho à BTV depois de mais uma decisão do Campeonato decidida no jogo 5 como em 2022/23.