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Álbuns de família, arquitetura em movimento e um mar aberto: três exposições para aprender

Este artigo tem mais de 6 meses

Inauguraram há poucos dias e propõem a reflexão sobre temas inescapáveis através de expressões artísticas que cruzam documentação com criatividade sobre diferentes meios e plataformas.

A exposição "Álbuns de Família, Fotografias da Diáspora Africana na Grande Lisboa (1975-hoje)" pode ser vista no Padrão dos Descobrimentos até 30 de novembro
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A exposição "Álbuns de Família, Fotografias da Diáspora Africana na Grande Lisboa (1975-hoje)" pode ser vista no Padrão dos Descobrimentos até 30 de novembro

A exposição "Álbuns de Família, Fotografias da Diáspora Africana na Grande Lisboa (1975-hoje)" pode ser vista no Padrão dos Descobrimentos até 30 de novembro

Às vezes os museus deixam de ser espaços de contemplação artística para passarem a ser palcos didáticos, onde cada visitante tem a liberdade de se interessar e aprender como quiser sobre matérias que a atualidade política, a sociedade civil, a cidadania e tudo o mais que possa apelar à nossa empatia por aquilo que temos em comum no mundo põe em cima da nossa agenda afetiva e no nosso quotidiano de interesses pessoais. Estes três exemplos estão disponíveis em Lisboa e proporcionam, além da reflexão óbvia, bem documentada e pertinente, um embate emotivo com realidades que, por diversos motivos, nos podem escapar com facilidade, sempre entretidos com problemas em que somos também protagonistas.

“Mar Aberto”, Nicolas Floc’h

MAAT, até 26 de agosto

O francês Nicolas Floc’h expõe impressionantes escalas de cores das águas quer do rio Tejo, quer daquelas ao largo da ilha de São Miguel, nos Açores, reproduzindo, através de centenas de fotografias, aquilo que tantos quilómetros de explicações ecológicas talvez não tenham conseguido fazer: a relação da ação do homem na degradação do planeta no que diz respeito ao meio subaquático.

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Não é de todo um manifesto ecológico, mas consegue encaminhar-nos para uma consciência crítica que pode muito bem passar a consciência ativa daquilo que tem que ser feito para prolongar a vida da Terra e as implicações que a nossa ação terá no futuro de todos. Num equilíbrio de “paisagens de cor” obsessivo, o fotógrafo francês avança pelos sentidos e da nossa perceção deles com a força que a paleta cromática que apresenta sempre trabalhou no subconsciente do ser humano e naquilo que pode ser o seu bem-estar.

“Marina Tabassum: Materiais, Movimentos e Arquitetura no Bangladesh”

MAC-CCB, até 22 de setembro

O Piso 0 do Museu de Arte Contemporânea apresenta o fabuloso trabalho da arquiteta Marina Tabassum na sua terra natal, o Bangladesh, e mostra, de forma arrebatadora, como a sensibilidade pode ser o recurso mais poderoso para salvar vidas e construir casas que salvam vidas e casas que são refúgios para o espírito tanto quanto são abrigos para o corpo. A obra daquela que é considerada uma das personalidades mais influentes do nosso tempo é também o espelho da história de um país com pouco mais de 50 anos de vida (o Bangladesh tornou-se independente em 1971) e traduz uma capacidade invulgar de interpretar a essência da vida e do ser humano dentro de um mundo onde o poder, a matéria, e a natureza mandam mais.

Antonio Jorge Silva

Em exposição estão várias obras construídas desde 1995 com destaque para o Museu e Monumento da Independência, em Daca, e o projeto de um monumental campo de refugiados que alberga 1,2 milhões de rohingyas. Marina Tabassum, de 56 anos, mostra uma competência rara para responder aos desafios mais difíceis com inteligência e sentido prático, ao mesmo tempo que com um sentido apurado de comprometimento com os laços relacionais entre as pessoas e o meio ambiente, criando espaços onde a comunidade fica sempre, sempre no centro. Um exemplo de partilha, onde não há lugar para o individualismo.

“Álbuns de Família, Fotografias da Diáspora Africana na Grande Lisboa (1975-hoje)”

Padrão dos Descobrimentos, até 30 de novembro

As curadoras Filipa Lowndes Vicente e Inocência Mata põem o dedo na ferida de um país que não soube lidar com o passado colonial, ao irem buscar o óbvio: a vida da diáspora africana em Lisboa. E é uma viagem maravilhosa ao universo dos afetos de milhares de famílias de origem africana que se sediaram na capital portuguesa logo a seguir ao 25 de Abril e até hoje. Os álbuns de família e as fotografias que os ocuparam tão iguais, porque exatamente iguais às nossas, narram o quotidiano dessa diáspora neste país de olhos fechados, ou só semi-abertos.

São as suas lutas, os seus rostos, as suas preocupações, as suas aptidões, os seus sonhos, as suas desilusões, as suas alegrias, as suas vitórias, as suas histórias, os seus livros, os seus poemas, os seus heróis, os seus irmãos, pais, filhos, primos tudo o que é seu, que é exatamente igual ao que é nosso, ao que é de todos. São os mesmos álbuns de fotografias de todos os que pertenceram à nossa vida porque os amámos, e que, de diferente só têm a cor da pele. A História é a mesma história e conta-se assim também.

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