“Coisa linda velhinho”, por Diogo Abreu.

“És especial”, por Dário Essugo.

“O quão importante foste para tudo isso que escreveste não passa de despercebido aos olhos de toda a gente e tu sabes disso! Podes não ser o mais falado mas a tua força de vontade, determinação e espírito de união não passa despercebido a quem contigo partilha o balneário onde és e sempre foste peça fundamental. O que me alegra ver que a tua energia e perseverança é a mesma do primeiro dia em que chegaste ao nosso Sporting Clube de Portugal e conseguiste ajudar o clube a volta onde a muito sonhava estar”, por Bruno Fernandes.

“Coração x 13”, por Morita.

“Exemplo”, por Rochinha.

“Ganda cota”, por Chermiti.

“Lindo”, por Francisco Trincão.

“És grande amigo”, por Iván Fresneda.

“Um de nós”, por Pedro Porro.

“Arrepios”, por Jeremiah St. Juste.

“Sempre juntos meu irmão”, por Nuno Santos.

Houve mais dezenas e dezenas de reações, algumas apenas com símbolos, outras com palavras curtas (Adán, Jovane Cabral, João Pereira, Daniel Bragança ou Matheus Nunes, entre outros), mas a ideia está percebida: ele falou, ele não deixou nada para dizer entre aquilo que queria dizer, ele não passou ao lado de antigos e atuais companheiros de equipa no Sporting. Ele é Luís Neto, central de 35 anos que faz parte do lote de capitães dos leões e que, mesmo não tendo os minutos que já teve desde que rumou a Alvalade em 2019, tem uma influência cada vez maior e mais alargada no balneário verde e branco. E foi isso que ficou evidente mais uma vez esta terça-feira, depois da festa pela conquista do título, num texto publicado no Instagram.

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“26 de maio de 2023. Toda esta aventura começou em Vizela, último jogo do Campeonato, quarto lugar. No balneário, antes do jogo, dissemos uns aos outros que aquele momento jamais se poderia repetir. Prometemos a nós mesmos que não voltaríamos a estar naquela posição. O repto estava lançado. Com novas peças-chave para colar ao puzzle, e já em estágio, o mister pediu ‘fogo nos olhos’ por um objetivo. Pediu chama, fome de ganhar, obrigou-nos a ir ao desconforto. Até onde estávamos dispostos a ir para sermos campeões? O que estávamos dispostos a sacrificar pela glória? Para ficar na história? Era o tudo ou nada: ou ganhamos ou vamos todos para casa. Cara a cara, lançámos os dados e daí partimos com o sonho e a crença de chegar ao Marquês”, começou por escrever o vice-capitão leonino e internacional português.

“Se em Alvalade reapareceu um vulcão que nos encaminhou para 16 vitórias em 16 jogos (em especial com o Benfica em que a flecha moçambicana fez explodir o estádio), nas deslocações por todo o País jogámos sempre em casa. De Rio Maior a Faro, do Bessa , à tempestade de Chaves, de Arouca à romaria em Barcelos, acabando num minuto de vitamina G no Dragão. Sem contar com as intermináveis chegadas aos Estádios, e fora de horas, a Lisboa. Obrigado, sportinguistas. Acredito que o stock de pirotecnia verde tenha esgotado. Gostaria de vos contar aqui ao detalhe tudo o que aconteceu ao longo da época e tudo o que foi alimentando o nosso sonho. Tudo o que acionou a fúria de leões unidos e esfomeados. Talvez outro dia, num outro momento”, prosseguiu Luís Neto, que ganhou dois Campeonatos e duas Taças da Liga nos leões.

“Houve Marquês em toda a parte, em Lisboa, de norte a sul, nas ilhas e no Mundo inteiro. Sporting: vivemos à espera do dia, de ter a alegria, de seres campeão. Chego ao fim deste texto para dizer o que devia ter dito logo no início: parabéns Sporting Clube de Portugal! Somos, à 32.ª jornada, de uma forma inequívoca, merecida e incontestável, o novo campeão nacional. Com vocês na bancada fizemos jus à música e fomos ‘pintar o país todo de verde e branco. Provámos que lado a lado a nossa força é brutal! Agora, arregaçar as mangas porque a época ainda não acabou. Objetivos por cumprir e um Jamor por disputar porque ‘enquanto houver estrada para andar… a gente vai continuar'”, concluiu o defesa verde e branco.

Em final de contrato, Neto continua a ser uma figura marcante da realidade do clube. E assim continuará, em qualquer função. Depois de uma temporada de 2022/23 onde fez apenas sete jogos, também por um período mais longo de lesão, Rúben Amorim conversou com o central com quem tem uma relação próxima (tal como acontece com o resto da estrutura, incluindo Frederico Varandas e Hugo Viana) e pediu para que ficasse uma temporada mais. Mesmo com uma redução salarial em causa, ficou. Quando foi chamado, cumpriu. E é por isso que tem nesta fase a possibilidade de fazer o que quiser em termos de futuro, no Sporting ou não.

Dois cenários em cima da mesa: terminar a carreira e ficar na estrutura dos leões, fazer mais um ou dois anos como jogador e poder depois voltar a Alvalade se for esse o seu desejo. Em qualquer deles, ninguém parece ter dúvidas: apesar de ter chegado ao Sporting depois de experiências em Itália (Siena), na Rússia (Zenit, onde esteve seis temporadas e meia) e na Turquia (Fenerbahçe) já com 31 anos, Neto, que cumpre o 36.º aniversário no dia da final da Taça de Portugal (26 de maio), tornou-se um símbolo do futebol leonino mesmo tendo esse estatuto mais a nível interno do que naquilo que sai para fora ou nos números que tem na atual temporada, com 14 jogos e o primeiro golo em mais de 100 encontros realizados pelo clube.

“Será praxado”: Neto não conseguia um golo há mais de 10 anos (e estreou-se a marcar com a camisola do Sporting)

“Faço uma retrospetiva rápida da minha carreira. O menino da Póvoa de Varzim que atinge 100 jogos por um grande é um orgulho que tenho. Nunca pensei que pudesse atingir esta façanha num clube grande. Venho de uma cidade pequena, mas com muita alma, e é isso que carrego todos os dias”, tinha referido após o jogo 100. “Neste momento o Neto é jogador do Sporting até junho. Penso que não é tema para agora. Estou focado no coletivo. Quero ganhar o maior número de títulos possível no Sporting e sou mais um para ajudar. Se estou preparado para suprir eventuais saídas? Estou focado até junho. É assim que quero pensar até lá, sou mais um para ajudar. O foco está no Young Boys e o coletivo está acima do meu tema individual, que terá o seu tempo para ser resolvido”, comentou em fevereiro antes de um encontro para a Liga Europa.

“O Neto é um exemplo para todos. Eu não deixo ficar o Neto. Mesmo que ele não jogue – eu já o avisei e é chato para ele – tem de andar connosco e não anda connosco para fazer grupo. Não. Já jogou e em todas as competições, é muito importante para nós, mas quando temos muitos centrais no banco, eu vou vendo pelas características, pelas posições, quem faz o meio, a direita, quem é mais e menos rápido. Mas quando o Neto não está, o Neto está sempre. O Neto fala sempre antes de o jogo começar, é muito importante para nós. Palavras não chegam para agradecer o que tem feito pela equipa”, destacou Rúben Amorim após a vitória do Sporting em Famalicão, que em termos internos foi uma espécie de carimbo final para o título, já depois de ter um dia brincado com a resposta do central a uma questão sobre como parar Viktor Gyökeres onde questionou se com aquele discurso o internacional português não iria ficar com o seu trabalho.