O presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) realçou esta segunda-feira que a exoneração do diretor nacional da PSP foi uma surpresa, num momento em que os sindicatos aguardam uma “proposta séria” do Governo para iniciar o processo negocial.

“Foi uma decisão que nos apanhou de surpresa. Não estávamos à espera que num momento tão crucial para a Polícia de Segurança Pública em que estamos, inclusive neste impasse negocial”, sublinhou à agência Lusa Armando Ferreira, apontando que o superintendente-chefe José Barros Correia já disse que a iniciativa para a exoneração foi “exclusivamente governativa”.

O responsável do Sinapol afastou que esta decisão tomada pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, altere o processo negocial em curso entre as forças policiais e o Governo.

“Até porque [este processo] ainda não tem nenhuma base substancial, para se poder dizer que há mesmo um processo negocial. Há uma intenção negocial, eu chamo-lhe assim, da parte do Governo”, frisou, considerando as propostas do Governo apresentadas na última reunião “sem qualquer base negocial”.

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“Eu continuo à espera que o processo negocial se inicie. Conto que com seriedade, dignidade e justiça o Governo, no dia 15 [de maio], apresente uma proposta séria e que aí sim, se dê início verdadeiramente ao processo negocial”, apontou.

A luta dos polícias decorre há meses, sendo que exigem um suplemento de missão idêntico ao atribuído pelo anterior Governo socialistas aos inspetores da PJ.

A ministra da Administração Interna indigitou esta segunda-feira como novo diretor nacional da Polícia de Segurança Pública o superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho, que ocupava, até à data, o cargo de Comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP).

Em comunicado, o Ministério da Administração Interna refere que “esta decisão de indigitação surge no âmbito da reestruturação operacional da PSP, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública”.

Governo demite diretor nacional da PSP e nomeia Luís Carrilho como sucessor

Armando Ferreira sublinhou que Luís Carrilho “que representou Portugal durante muitos anos ao serviço da PSP em vários teatros de operações”, considerando ser alguém “de referência da PSP”.

O líder do Sinapol elogiou ainda o superintendente-chefe José Barros Correia e agradeceu o seu trabalho, esperando que o novo diretor nacional “dê continuidade ao bom trabalho”.