A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa revelou nesta quinta-feira que a administração da empresa vai fazer paragens temporárias em junho e julho, devido a uma reestruturação para a descarbonização da fábrica, mas adverte que não aceita penalizações salariais dos trabalhadores.
Segundo um comunicado interno divulgado nesta quinta-feira pela Comissão de Trabalhadores (CT) da fábrica de automóveis da Volkswagen, em Palmela, no distrito de Setúbal, a empresa, como determina a legislação em vigor, informou que pretende iniciar na próxima semana conversações para a aplicação do “lay-off” num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no mês de julho.
A CT da Autoeuropa adianta, no comunicado, que, “no contexto em que se aplica este ‘lay-off’, não irá aceitar qualquer corte de salário aos trabalhadores”.
Contactado pela agência Lusa, o coordenador da CT, Rogério Nogueira, salienta que a aplicação do “lay-off” “resulta de um contexto de investimento e de reestruturação da fábrica, não de qualquer situação imprevista, como a que se verificou no ano passado devido aos problemas de um fornecedor da Eslovénia”.
“Trata-se de uma situação muito diferente da que se verificou no ano passado, em que a Autoeuropa teve de fazer uma paragem de várias semanas devido à falta de uma peça para o motor do T-Roc produzida numa fábrica da Eslovénia, que foi fortemente afetada pelas cheias que ocorreram naquele país, em agosto do ano passado”, disse.
“Neste contexto, [de reestruturação da fábrica], não há razão nenhuma para haver cortes nos salários dos trabalhadores. E será isso que a CT irá defender nas reuniões da próxima semana”, frisou Rogério Nogueira.