O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) refutou esta quinta-feira, em comunicado enviado à Lusa, estar ligado à produção de drones para uso militar de Israel em Gaza.
O instituto sediado no Porto foi uma das duas unidades de investigação identificadas na carta aberta entregue na quarta-feira pelo coletivo de estudantes em defesa da Palestina ao reitor da Universidade do Porto, como tendo parcerias com universidades israelitas.
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Na nota de imprensa, o INESC TEC indica que “tem uma importante linha de investigação científica na área da resposta a situações de emergência, como catástrofes naturais ou incêndios florestais, na qual o trabalho no domínio das comunicações tem um lugar de destaque” e que, “no âmbito desta linha, participou de 2019 a 2022 num projeto de investigação europeu, o ResponDrone”.
O projeto, continua o comunicado, contou “com 21 participantes de 13 países” e foi “liderado pela agência espacial alemã, focado na investigação e desenvolvimento em soluções integradas de resposta a situações de emergência assentes em drones, contribuindo precisamente na área das comunicações. O consórcio envolveu organizações de 11 países europeus, Israel e a Coreia do Sul”.
“Desenvolvido para melhorar a resposta a catástrofes naturais e, no futuro, permitir às equipas de socorro auxiliar as populações com rapidez, eficácia e eficiência, em situações de emergência”, o projeto, enfatiza o instituto, “não visa a aplicação na área militar”.
Assinala o INESC TEC que o “programa europeu Horizonte 2020, que financiou o projeto, excluía explicitamente projetos visando aplicação na área militar”.
Sobre a sua participação no ResponDrone, o instituto afirmou que é ao “nível da investigação em software que permita criar redes de comunicações de emergência nos locais de resposta às situações de catástrofe, não tendo qualquer contributo para hardware ou software específico dos drones“.
“Estes resultados de investigação são propriedade do INESC TEC, não se encontram licenciados a terceiros e os resultados científicos subjacentes estão todos publicados em artigos científicos internacionais, integrando uma linha mais alargada de publicações anteriores, posteriores e no âmbito de outros projetos e atividades de investigação”, prossegue a publicação.
No comunicado, a instituição lembra que o “enquadramento formal para a realização de projetos europeus é extremamente rigoroso” e que o “INESC TEC cumpre com todas as suas exigências (…) pautando a sua atuação pelos “mais elevados princípios éticos e deontológicos”.