O PS e o Bloco de Esquerda defenderam esta sexta-feira a demissão do vereador da Cultura da Câmara de Lisboa, Diogo Moura (CDS-PP), que foi acusado pelo Ministério Público de crimes de fraude em duas eleições internas dos democratas-cristãos.

Em causa está um despacho do Ministério Público que acusa o também vice-presidente do CDS-PP de “dois crimes de fraude em eleições, agravados”, por ter alegadamente procurado manipular os votos de militantes em dois atos eleitorais (2019 e 2021), segundo noticiou na quinta-feira a CNN Portugal.

Em comunicados enviados esta sexta-feira à agência Lusa, tanto a estrutura concelhia de Lisboa do PS, como do Bloco de Esquerda, instam o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), a substituir Diogo Moura.

“A 24 de abril de 2021, em entrevista ao Público, Carlos Moedas garantia que como presidente da câmara nunca estaria a trabalhar em linha direta consigo um vereador que esteja sob suspeita de qualquer tipo de caso. Nada disto acontece agora, com uma acusação judicial formal, no que é o teste do algodão à palavra de Carlos Moedas”, lê-se na nota dos socialistas.

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O PS, que tem três eleitos na Câmara de Lisboa, exige que Diogo Moura seja imediatamente afastado “da coordenação dos atos eleitorais no concelho”.

“É incompreensível e inaceitável que alguém acusado de fraude eleitoral possa continuar a coordenar a realização das eleições na maior cidade do país”, sublinham.

Numa nota curta enviada à Lusa, o Bloco de Esquerda considera igualmente que Diogo Moura “não tem condições para manter funções políticas no município de Lisboa”, instando Carlos Moedas a substituir o autarca no cargo.

A Lusa contactou a Câmara Municipal de Lisboa, para obter uma reação do presidente da autarquia, mas este escusou-se a comentar.

Segundo noticiou a CNN Portugal, Diogo Moura “sabia que uma secretária da distrital de Lisboa estava na mesa de voto e enviou várias mensagens à mesma a pedir-lhe que introduzisse nas urnas votos de militantes que não se apresentassem na mesa de voto”.

No entanto, de acordo com a mesma fonte, “a secretária da distrital nunca acedeu aos pedidos” e o caso acabou por ser denunciado e investigado pela PSP, tendo o autarca centrista sido agora acusado formalmente pela 4.ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Ainda na quinta-feira, numa reação à CNN Portugal, Diogo Moura afirmou que nunca foi “condenado” ou “julgado”, “nem sequer pronunciado”, assegurando que está “absolutamente inocente”.