Cem milhões de euros. Em menos de um ano, desde o início da atual temporada até agora, o valor de mercado do plantel do Sporting cresceu cerca de 100 milhões de euros, entre os 229,90 milhões que valia em agosto e os 329,30 milhões que vale atualmente. Uma valorização que fez com que ultrapassasse o grupo do FC Porto e ficasse apenas atrás do do Benfica, avaliado em 360 milhões, a nível nacional.

De acordo com os dados do Transfermarkt, o exponencial crescimento de 43% no valor de mercado da equipa de Rúben Amorim explica-se principalmente com a valorização de cinco jogadores: Geny Catamo, Gonçalo Inácio, Diomande, Hjulmand e o óbvio Gyökeres. Ou seja, a diferença entre o início e o fim da temporada não parte da contratação de novos jogadores ao longo da época, mas sim da valorização do que já lá estavam a partir da primeira jornada – até porque Rafael Pontelo e Koba Koindredi, os dois elementos que chegaram no mercado de janeiro, valem 3,7 milhões de euros em conjunto.

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Olhando para os recordistas de valorização, Geny Catamo é o natural campeão. O jogador moçambicano era avaliado em apenas 600 mil euros no início da temporada, acabado de regressar do empréstimo ao um Marítimo que desceu à Segunda Liga, e atualmente vale cerca de oito milhões de euros: um crescimento brutal de 1.233,3% que se explica com a regularidade de utilização, as titularidades, as exibições positivas, os golos marcados e até a convocatória para a seleção de Moçambique, que representou na Taça das Nações africanas.

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Segue-se Gyökeres. Embora tenha significado um investimento de 24 milhões de euros por parte do Sporting, o passe do avançado sueco era avaliado em apenas 13 milhões no momento em que trocou o Coventry pela Primeira Liga. Atualmente, depois de ter marcado 41 golos e ter assinado 14 assistências ao longo da temporada, Gyökeres vale 55 milhões – uma subida de 323,1% para a grande figura do Campeonato conquistado pelos leões.

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Depois, e de forma expectável, Diomande. O central de 20 anos resgatado ao Mafra em janeiro do ano passado, sendo que estava emprestado pelos dinamarqueses do Midtjylland, já valia dez milhões de euros em agosto – atualmente, vale cerca de 30 milhões, um crescimento assinalável de 300%. Uma valorização que se explica pela regularidade oferecida por Rúben Amorim e pelo rendimento demonstrado, mas também pela convocatória para a seleção da Costa do Marfim, que venceu a CAN em janeiro.

No meio-campo, Hjulmand. O médio dinamarquês chegou ao Sporting no verão, vindo do Lecce e a troco de 18 milhões de euros mais cláusulas variáveis, e era avaliado pelo Transfermarkt em 15 milhões. Atualmente, depois de ter sido um dos titulares indiscutíveis dos leões, vale 30 milhões de euros, um crescimento de 100%. Por fim, Gonçalo Inácio. O jovem central português, que também tem integrado as convocatórias da Seleção Nacional e estará presente na fase final do Campeonato da Europa, viu o próprio passe subir de 30 para 40 milhões, uma valorização de 33,3%.

O crescimento curto do Benfica e a quebra do FC Porto

O Sporting começou a temporada com o plantel menos valioso em comparação com Benfica e FC Porto, mas a valorização de 100 milhões de euros ao longo dos últimos meses permitiu suplantar os dragões: atualmente, a equipa leonina vale mais 50 milhões do que a do FC Porto e “apenas” menos 30 milhões do que a encarnada. O grupo orientado por Roger Schmidt cresceu cerca de quatro milhões desde o início da época – muito a partir da valorização de João Neves e da contratação de Marcos Leonardo –, enquanto que o plantel de Sérgio Conceição desvalorizou 14,4 milhões, uma quebra de 4,6%.

Para se ter uma noção da importância do crescimento do Sporting, só oito equipas europeias alcançaram uma valorização superior e todas pertencem às big 5: Bayer Leverkusen, Girona, Estugarda, Inter Milão, Manchester City, Bolonha, Liverpool e Crystal Palace. Sendo que, mesmo nesse lote, só Bolonha e Girona investiram menos do que os leões no mercado de transferências do último verão.