Em comunicado, a PJ explicou que na sequência da denúncia, recebida em janeiro, o Departamento de Investigação Criminal de Leiria fez diligências que permitiram “identificar coincidências e apensar mais sete inquéritos, notando-se a utilização massiva de números de telemóveis irrepetíveis, de operadoras nacionais, para a prática deste tipo de ilícito, o que espoletou alertas e obrigou ao recurso a meios especiais de obtenção de prova”.

De acordo com a PJ, além do detido, cidadão estrangeiro de 38 anos, foram ainda constituídas arguidas a mulher e filha daquele. Em conferência de imprensa, a partir da sede da PJ em Lisboa, Avelino Lima, diretor da PJ de Leiria, indicou que o homem detido estava em Portugal desde setembro e que esta era a sua única atividade. E deixou um alerta: “O principal sinal que as pessoas têm de ter é que não devem pagar sem ter uma fatura”. “Acontecendo uma pessoa ser vítima, é importante denunciar logo, não deve esperar dias”, acrescentou, uma vez que “há a possibilidade de suster aquele fluxo financeiro”.

“No decorrer da operação, a PJ apreendeu 49 ‘modem’, que acoplavam 32 cartões SIM por aparelho, o que significava que operavam 1.568 cartões em simultâneo”, adiantou a PJ, assinalando que “esta capacidade, num primeiro momento, permitia a criação de milhares de contas, principalmente no WhatsApp, bem como a remessa/receção de mensagens na ordem dos milhares por dia, através da fraude ‘olá pai, olá mãe’ e outros fenómenos de burlas em ambiente digital”.

A PJ esclareceu que se registou “um padrão repetido com a utilização massiva de milhares de cartões, como se depreende da apreensão de 32 mil cartões já utilizados nas práticas criminosas”.

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“Foi, também, identificada a interação com terceiros, em rede, sendo recolhida prova de suspeitos residentes num país do centro da Europa”, referiu a PJ, acrescentando que “as diligências de investigação identificaram o local onde estava montada a estrutura informática e de comunicações, no domicílio do detido”.

A PJ acredita que com esta operação é interrompida “a consumação, em território nacional e no estrangeiro, de milhares de burlas informáticas”.

O suspeito, detido na segunda-feira, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial, para a eventual aplicação de outras medidas de coação.