Eis o dia D. Poucos são os Campeonatos por pontos que terminam com uma autêntica final mas, para apimentar as coisas, a Liga de andebol iria decidir-se num único jogo. Na casa das modalidades do Sporting, a equipa da casa chegava a este desafio em vantagem e a jogar com dois resultados: em caso de vitória ou empate, sabia de antemão que se sagraria campeã nacional. Do outro lado, o tetracampeão FC Porto queria prolongar a hegemonia na modalidade, mas para isso estava obrigado a vencer.

No primeiro grande clássico do fim de semana, os adeptos leoninos não quiseram perder a oportunidade de ver a equipa a lutar pelo título nacional e esgotaram os lugares do Pavilhão João Rocha desde o início da semana. “Acreditamos muito nas nossas capacidades, a época está a ser muito positiva e como este é o último jogo do campeonato, ainda para mais em nossa casa, queremos acabar da melhor maneira. Felizmente a decisão é em nossa casa e vamos fazer tudo para que caia para nós”, afirmou Salvador Salvador, capitão dos leões, aos meios do clube.

“Vamos lutar até ao fim para trazer o penta para casa. Estamos motivados, sabemos que é uma deslocação difícil a casa do Sporting, mas estamos preparados e temos trabalhado bem durante a semana e penso que vamos conseguir um bom resultado no sábado. É uma final, joga-se tudo por tudo e não prevejo um jogo muito tático nem muito bonito. Acho que vai ser um jogo de garra e coração, como quase todos os clássicos. Os jogos entre FC Porto e Sporting nunca são muito táticos, são sempre de coração e este vai ser mais um”, comentou Daymaro Salina, pivô dos dragões.

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Depois de um início de jogo marcado pelos golos de parte a parte, o minuto 5 trouxe o primeiro momento mais quente da partida: Salina cometeu falta sobre Gassama e, depois de consultarem as imagens do lance, os árbitros decidiram expulsá-lo. No seguimento do lance, Natán Suárez foi excluído. Os dragões conseguiram aproveitar a superioridade e alcançaram os dois golos de vantagem (6-4).

Porém, em apenas cinco minutos, os leões recuperaram e, com um golo de Gassama, colocaram-se pela primeira vez em vantagem (9-8). A partir daí e até ao intervalo só deu Sporting, com os verde e brancos a dispararem no comando da partida. Foi com uma vantagem de cinco golos (18-13) e um Pavilhão em festa, que contou com a presença de Luís Neto e Daniel Bragança, que as equipas regressaram aos balneários.

Na segunda parte, António Areia assumiu a batuta portista e, com quatro golos consecutivos, reduziu a desvantagem (21-17). Nessa altura foi a vez de Martim Costa despontar nos verde e branco, fazer três golos seguidos, e recolocar a vantagem nos cinco golos (24-19) e, mais à frente, nos seis golos (29-23). Porém, com a exclusão de Salvador Salvador, a equipa de Carlos Resende reaproximou-se (29-25). Kristensen começou a evidenciar-se na baliza leonina e a vitória estava praticamente garantida a 10 minutos do fim.

Contudo, os portistas continuaram a carregaram e entraram nos últimos quatro minutos a três golos de empatar o desafio (32-29). António Areia ainda reduziu a desvantagem para os dois golos (34-32) e para um (34-33), no último minuto. A fechar as contas, Natán fez o golo da vitória, num lance que provocou bastante contestação nas hostes azuis e brancas, que se queixaram de a bola não ter entrada – sem razão, diga-se. Depois de vários minutos com o cronómetro parado devido ao incidente, a bola voltou a rolar e o Sporting sagrou-se Campeão Nacional seis anos depois da última conquista, voltaram a erguer o troféu, desta feita pela 22.ª vez. Esta foi a segunda conquista do Sporting na temporada, depois da Supertaça e antes da decisão da Taça de Portugal, que acontece na próxima semana.