O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, vai suspender o mandato na Assembleia da República e ocupar o lugar de líder da bancada socialista no parlamento madeirense, continuando a acreditar em “virar a página” no arquipélago, anunciou esta quarta-feira.
“Eu decidi suspender o meu mandato de deputado à Assembleia da República e vou fazê-lo já nos próximos dias, e vou assumir o meu mandato como deputado na Assembleia Legislativa da Madeira”, disse Paulo Cafôfo à agência Lusa.
O líder socialista madeirense argumentou que esta decisão é um assumir do compromisso com a Madeira e “vai liderar mesmo o grupo parlamentar do PS/Madeira”.
Eu sempre disse que a Madeira é a minha causa, é a causa da minha vida e estaria onde fosse mais útil à minha região. E considero que é útil e o meu contributo é imprescindível na Assembleia Regional neste momento político tão difícil”, sublinhou.
Segundo Cafofo, este é o “assumir de uma posição de força, de compromisso e de estar na linha da frente do combate político, num momento (…) muito precário, de muita instabilidade na região”. “A minha experiência e a minha vontade de mudar a região exige que esteja aqui”, opinou.
O líder do PS insular, que foi cabeça de lista nas regionais antecipadas de domingo, assegurou que vai “continuar a defender, de forma intransigente os interesses dos madeirenses e porto-santenses” porque está “totalmente empenhado em virar esta página” e em “devolver a esperança, a estabilidade e o futuro à Madeira”.
Nas eleições do passado domingo, o PSD foi o partido mais votado, elegeu 19 deputados num universo de 47, mas ficou aquém da maioria absoluta (24 parlamentares). O PS foi a segunda força política a merecer os votos do eleitorado madeirense, mas apenas conseguiu manter os 11 lugares que já tinha no parlamento regional. O JPP aumentou a sua bancada de cinco para nove elementos, o Chega ficou com os mesmos quatro parlamentares, enquanto a IL e o PAN reelegeram os seus deputados únicos.
Face a este cenário, um dia depois das eleições, PS e JPP, que juntos somam 20 deputados, anunciaram um entendimento para uma alternativa de governo, visando afastar o PSD. Contudo, o representante da República, depois de ouvir na terça-feira as sete forças políticas eleitas, decidiu indigitar esta quarta-feira o social-democrata Miguel Albuquerque para voltar a formar governo.
O PS falhou o objetivo, mas Paulo Cafôfo reforçou à Lusa ser “uma pessoa de convicções” e apontou que tem estado “continuadamente na luta por um virar de página na região”, enfatizando acreditar que “é possível”.
“Foi isso que me levou a candidatar à presidência do partido, me levou a candidatar nestas eleições regionais e a presidente do governo, num combate em vários capítulos”, realçou.
Acrescentou que acredita de tal forma que é possível, que assume o lugar no parlamento regional, complementando: “E, mais do que isso, assumo mesmo a liderança do grupo parlamentar que é um sinal do meu forte compromisso da minha responsabilidade e da minha convicção”.