Um agente da Polícia Municipal de Lisboa agrediu um condutor de um tuk-tuk que estaria indevidamente estacionado na zona do Terreiro do Paço, noticiou esta sexta-feira a SIC. Um vídeo do momento, gravado por quem passava na rua e que têm estado a correr as redes sociais, mostra um agente a correr na direção do motorista e a dar-lhe uma cabeçada e empurrá-lo com violência.

Em alguns dos vídeos que estão a circular é possível ouvir o agente, que é acompanhado por um outro, a pedir os documentos ao condutor. Os dois polícias posicionam-se em frente ao homem, que levanta os dois braços no ar por várias vezes. O mesmo agente chega a empurrá-lo novamente.

Numa resposta escrita enviada à SIC, a Polícia Municipal de Lisboa refere que tem conhecimento dos vídeos da agressão que estão a circular. Adianta que já “foram acionados os mecanismos disciplinares” no sentido “do apuramento de responsabilidades”.

Num enquadramento do caso, a polícia começa por referir que uma patrulha da Divisão de trânsito da Polícia Municipal de Lisboa se apercebeu da presença de vários tuk-tuk estacionados de forma “irregular” sobre o passeio junto à passadeira no Cais das Colunas, prejudicando “a livre e normal circulação de peões e de viaturas”. Os agentes pediram aos condutores para retiraram os tuk-tuk do local e dois deles “mostraram-se mais reticentes, ignorando a presença dos polícias e a ordem que lhes havia sido dada e repetida por diversas vezes”, relata a Polícia Municipal de Lisboa.

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“Um dos infratores, mantendo uma postura de não colaboração, tornou-se agressivo e continuou a desobedecer aos agentes, apesar das inúmeras advertências sobre a ilicitude do seu comportamento”, relata, acrescentando que os agentes foram “constantemente desafiados e desautorizados”. Por esse motivo terá sido inclusivamente elaborado um Auto de Notícia que foi encaminhado para o Ministério Público.

Em declarações à Lusa fonte oficial da Câmara de Lisboa remeteu eventuais esclarecimentos diretamente para “a Polícia Municipal” através de ‘e-mail’.

Na sequência do caso a vereadora do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa exigiu ao presidente da autarquia a abertura de um inquérito à agressão. Num requerimento ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), a que a Lusa teve acesso, a vereadora Beatriz Gomes Dias denuncia a “situação grave”. “Como irá a CML proceder de forma a que não se repitam este tipo de ações com o que parece ser uso ilegítimo de força por parte da Polícia Municipal?”, questiona.

Num comunicado enviado ao Observador também o deputado municipal do PAN, António Morgado, pede esclarecimentos sobre o caso. No documento pede para serem divulgadas as “medidas disciplinares que serão aplicadas caso se comprova a má conduta por parte dos agentes envolvidos na ocorrência”.