Depois de anunciar, há cerca de duas semanas, o fim da sua carreira no final da presente temporada e após o Campeonato da Europa, a final de Wembley apresentava-se de tamanha importância para Toni Kroos. Para além da vontade em conquistar a 15.ª Liga dos Campeões da história do Real Madrid, o alemão queria sair em grande daquela que foi a sua casa nos últimos dez anos. Dez anos que passaram a correr, mas em que a classe e a preponderância de Kroos se mantiveram regulares.

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Com a titularidade na partida frente ao B. Dortmund, Toni Kroos fez, desde logo, história nesta última aparição com a camisola merengue. Com o 151.º jogo na Liga dos Campeões, o médio juntou-se ao lote de cinco jogadores com mais participações na prova milionária, igualando Xavi. Só Cristiano Ronaldo (183), Casillas (177), Messi (163) e Benzema (152) superaram o internacional alemão.

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O avançar da partida até fez temer o pior para o Real Madrid, dado que a primeira parte foi dominada pelo B. Dortmund. Os espanhóis tardaram a encontrar-se e chegaram ao intervalo sem qualquer remate enquadrado com a baliza de Kobel. Porém, na segunda metade, a equipa de Carlo Ancelotti apresentou-se com outra cara. E com a inevitável importância de Kroos, que assumiu a batuta na construção e junto à baliza germânica.

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A primeira oportunidade madrilena pertenceu, precisamente ao médio alemão, que, com um fantástico pontapé de livre direto, obrigou Kobel a voar para negar o golo inaugural. Pouco depois, aos 74 minutos, Carvajal inaugurou surpreendentemente o marcador de cabeça, com assistência de… Kroos. O camisola 8 já tinha ameaçado em várias ocasiões, com os cabeceamentos de Carvajal, Vinícius e Bellingham à cabeça, mas voltou a ser decisivo, com um fantástico cruzamento para o primeiro poste.

A reta final da partida foi dominada pela emoção e nova oportunidade de livre direto, que obrigou Kobel a aplicar-se. Um dos momentos mais altos da noite veio ao minuto 85, quando Carlo Ancelotti decidiu colocar em campo Luka Modric e tirar… Kroos. A 15.ª Champions do Real Madrid estava conquistada e o ciclo de um melhores médios da história do clube estava terminado. Para a posterioridade ficam as seis Liga dos Campeões e mais uma grande exibição de Kroos: dois remates à baliza, uma assistência, quatro passes chave e 97% de eficácia de passe.

Kroos abandona o Real Madrid com 22 troféus conquistados. Para além das já mencionadas cinco Liga dos Campeões – de recordar que conquistou uma no Bayern Munique -, o alemão venceu cinco Mundiais de Clubes, três Supertaças Europeias, quatro Ligas espanholas, uma Taça do Rei e quatro Supertaças de Espanha. Termina, assim, um caminho histórico e ao alcance de poucos, e que só Kroos podia almejar trilhar.