Seria impossível imaginar há um ano que o AVS estaria na Primeira Liga na época de 2024/25. Literalmente, impossível. Porquê? Porque o AVS não existia. Se o Belenenses foi o primeiro grande caso mediático de um clube e uma SAD que fizeram uma cisão total e decidiram avançar por caminhos opostos (sendo que o clube ficou, ao passo que a B SAD deixou de existir), o AVS foi o primeiro caso de uma sociedade que fez uma cisão com o clube, neste caso o Vilafranquense, mudou de nome e passou para outro local do país recusando qualquer parecença com o Desp. Aves – apesar de jogar na Vila das Aves, ter um equipamento igual ao que tinha o Aves e ostentar um novo nome que só não é Aves por um “e”. E a aposta acabou por valer a pena.

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Logo no ano de estreia, e com Jorge Costa no comando técnico, a recente sociedade chegou a liderar durante algumas jornadas a Segunda Liga, falhou a subida direta na parte final mas acabou por superar o playoff com o Portimonense, fazendo a festa no dia em que os algarvios voltaram a descer oito épocas depois. Fica assim fechado o lote de equipas que estarão no principal escalão nacional na próxima temporada, com as três subidas de Santa Clara, Nacional e AVS e as descidas de Vizela, Desp. Chaves e, agora, Portimonense.

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Este domingo, apesar da vantagem do conjunto avense conseguida no Algarve na última semana (2-1), o AVS voltou a bater o Portimonense por 2-1. John Mercado inaugurou o marcador no início da segunda parte, depois de 45 minutos iniciais com oportunidades nas duas balizas, uma expulsão revertida e tudo em aberto. Benny, no penúltimo minuto regulamentar, fez o segundo e decisivo golo que iniciou os festejos do campo às bancadas perante o desalento do banco algarvio perante mais um desaire no dia decisivo apesar de um golo no quarto minuto de descontos de Carrillo que serviu apenas para fixar o resultado final.

“É um sentimento de dever cumprido. Esta é um clube que não tem um ano sequer. Equipa técnica, departamento médico novo, roupeiro novo, cidade nova… Tudo novo. E nós crescemos muito à pressa mas crescemos sustentados em pessoas de grande carácter e de grande qualidade, quer humana quer profissional. Não era suposto ter acontecido mas até podíamos ter subido de forma direta. Tivemos a qualidade, carácter e espírito de grupo para acreditar que este momento podia tornar-se realidade”, começou por apontar no final do encontro o técnico Jorge Costa, em declarações na zona de entrevistas rápidas da SportTV.

“Nós estivemos muito perto de nem chegar ao playoff, porque não fomos competentes no nosso último jogo. Mas quando chegas ao playoff há uma equipa que tem muito mais vitórias, que é a da Segunda Liga. E depois temos uma coisa que queríamos muito: o Portimonense tinha o lugar, nós não tínhamos nada a perder, queríamos roubar essa vaga na Primeira Liga. Conseguimos com muita qualidade, tenho aqui jogadores que podem não ser os melhores do mundo, mas são extraordinários”, acrescentou o novo diretor de futebol do FC Porto, que encerrou da melhor forma a aposta que fez há um ano no projeto do AVS.