Era um final esperado, foi um final que ainda deu mais voltas do que se poderia pensar, será sempre um final que ficará na história como a carreira que teve aos longo de sete anos no Dragão. Pouco tempo depois de ter assinado a rescisão por mútuo acordo no Porto na noite desta segunda-feira, Sérgio Conceição despediu-se dos azuis e brancos através de um comunicado, reservando para mais tarde “a verdade dos factos”.

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“Hoje comuniquei a rescisão do contrato assinado com Futebol Clube do Porto – Futebol SAD a 25 de abril deste ano, nas condições sempre anunciadas. Fechou-se com sucesso um período de sete anos e de 11 títulos, de grandes feitos desportivos na vida do nosso clube”, começou por assumir o técnico no texto. “Os acontecimentos recentes, nomeadamente a quebra de confiança num elemento da minha equipa técnica, a ingerência na integridade e coesão da mesma sem o meu conhecimento, deixam-me desgastado e desiludido. Sempre me regi pela frontalidade e pela lealdade”, acrescentou entre os vários reparos deixados.

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“Em breve virei a público contar a verdade dos factos, incluindo os seguintes pontos:⁠ a renovação de 25 de abril, na qual fiz questão de incluir a clausula que hoje permite sair do FC Porto, sem qualquer encargo para o clube. Foi esse o compromisso que assumi com o Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, mas sobretudo com os sócios do FC Porto; a renovação com a restante equipa técnica, que já foi comentada pelos mesmos e que seguiu os timings comuns destes processos; a demora neste processo, que esbarrou numa renitência em pôr em prática, com quem durante anos manteve o clube na hegemonia do futebol português, um discurso de integridade e transparência legitimado pelos sócios”, especificou Sérgio Conceição.

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“Foi sempre a lealdade para com este clube que me prendeu aqui. Foi também por essa mesma lealdade para com as pessoas que me acompanham aqui há mais de 30 anos e pelos sócios do FC Porto, que hoje tomo este passo. Não será uma quebra de valores e traição de outros que me farão pôr em causa os meus próprios valores e a minha palavra. Tal como prometi, saio do FC Porto com a mesma dignidade com que entrei. Não foi por dinheiro que vim para cá, e não é com dinheiro que quero sair”, apontou.

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“Saio sim com o sentido de dever cumprido. São 17 títulos que deixo como contributo, desde o campeonato nacional de juniores em 1991/92, até à última Taça de Portugal. Agradeço a cada um dos nossos adeptos o apoio que sinto na pele desde os meus 16 anos, quando o meu Pai me deixou à porta do Estádio das Antas. Agradeço também à minha equipa técnica, a todo o staff de apoio no Olival e no Dragão. A todos os jogadores que permitiram-nos festejar tantos títulos nestes sete anos. E sobretudo à minha família, que me ajudou a carregar o peso de ser treinador do FC Porto nos últimos sete anos. Para sempre, um de vós”, concluiu.