Os proprietários do centro comercial Stop têm em curso um projeto de reabilitação para transformar alguns espaços num ‘coworking’ cultural, afirmou esta segunda-feira o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto.
Em resposta a uma questão levantada pela vereadora da CDU, o vereador da Economia, Ricardo Valente, esclareceu que “há um projeto de reabilitação interna do centro que está a ser promovido pelos atuais proprietários para transformar o centro num espaço de ‘coworking’ do ponto de vista cultural”.
“É algo bastante interessante que está a ser feito pela administração do condomínio com um conjunto de jovens ligados aos espaços de ‘coworking’ criativos da cidade”, referiu durante a reunião do executivo da Câmara do Porto.
Ricardo Valente disse ainda que o município está dependente do desfecho da “litigância entre privados”, referindo-se aos proprietários do Stop e do terreno nas traseiras do centro comercial, para avançar com a compra dos cinemas.
“Enquanto a litigância não estiver resolvida não sabemos se a saída [de emergência] vai ser onde está hoje, por trás, ou se será feita uma saída alternativa, que está a ser estudada, e que implica invadir um conjunto de lojas do Stop para fazer uma saída de emergência virada para a rua”, esclareceu, destacando que o município “não pode entrar em negócio nenhum sem que o edifício esteja legalizado”.
Sobre esta matéria, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse acreditar que o assunto “se vai resolver de uma forma ou de outra”.
“Ou bem que o Stop e os seus proprietários vencem a querela relativamente ao vizinho relativamente à porta de segurança, ou então avançarão para um projeto que passa por eliminar o uso de uma ou duas lojas viradas para a rua principal fazendo por aí a saída de segurança”, observou.
Rui Moreira esclareceu ainda que o espaço de ‘coworking’ está a ser pensado para o piso superior, onde existe um espaço do “género de multiusos”, e que o município se comprometeu a ficar com as duas salas de cinema que estão “em excelentes condições”.
“Garantiríamos que esses auditórios estavam disponíveis“, acrescentou.
Já quanto à Escola Pires de Lima, solução apresentada pelo município aos músicos em alternativa ao Stop, o vereador com o pelouro do Urbanismo, Pedro Baganha, esclareceu que a equipa projetista já foi contratada e que, neste momento, está a ser desenhado o projeto com vista à sua projeção faseada.
Em 24 de maio, a Câmara do Porto lançou a abertura do procedimento de classificação do centro comercial Stop como imóvel de interesse municipal, segundo um edital publicado em Diário da República.
O Stop, onde maioritariamente funcionam salas de ensaio e estúdios, viu a maioria das frações serem seladas em 18 de julho de 2023, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir, mas reabriu a 4 de agosto, com um carro de bombeiros à porta.
Neste momento, o centro comercial está a funcionar por tempo indeterminado, na sequência de uma providência cautelar interposta pelos proprietários à decisão da câmara de encerrar o edifício.