A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, anunciou esta segunda-feira, no Porto, que “nas próximas duas semanas” será nomeado o enfermeiro coordenador para a Rede da Cuidados Continuados Integrados, que está há cerca de um ano sem coordenação nacional.
“Há aqui um aspeto que queria dizer e que tem a ver com a rede nacional de cuidados continuados e integrados, que é uma área de grande dedicação, atenção, profissionalismo e investigação dos enfermeiros. Estamos há cerca de um ano sem coordenador e nas próximas duas semanas nomearemos um coordenador enfermeiro para esta área”, disse a ministra da Saúde, que presidiu às comemorações dos 128 anos da Escola Superior de Enfermagem do Porto.
Ana Paula Martins considerou “vital e determinante” nomear um coordenador nacional que “possa promover com o Ministério da Saúde e Direção Executiva, o desenvolvimento da rede”.
“Como sabem, é uma área onde temos imensas dificuldades, onde há imenso a fazer e onde o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nos cria infraestruturas, esperamos nós conseguir concretizar em tempo útil o número de camas que estão previstas para todo o país, sobretudo nas áreas de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, onde há menos ofertas”, sublinhou.
A ministra admitiu que “a rede tem vivido com as maiores dificuldades no último ano e meio”, considerando que não se pode “perpetuar esta situação, até porque, na nova lei orgânica do Governo, a área dos cuidados continuados ficou, apesar da cotutela com a Segurança Social na área do envelope financeiro, na direção do Ministério da Saúde”.
Por isso, “é mais do que obrigação nossa, neste momento, conseguirmos com todos vós fazer a diferença para aqueles que são cada vez mais [e que] precisam de cuidados continuados integrados, seja de curta, de média ou de longa duração”.
A Escola Superior de Enfermagem do Porto “tem sido, continuamente, uma importante fonte de novos profissionais” e “tem sido um parceiro importante no ensino pós-graduado em enfermagem no desenvolvimento de competências especializadas em enfermagem médico-cirúrgica, reabilitação, pediatria, saúde comunitária, saúde mental, e saúde materna e obstétrica”, disse.
Sobre o papel dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica, a ministra realçou que “no Plano de Emergência da Saúde, o Governo volta a colocá-los num lugar de destaque no acompanhamento da gravidez e do parto”.
“Acreditamos que é com a criação de vínculos de confiança e de segurança que se contribui para uma gestação saudável e um parto bem-sucedido”, referiu, lançando um desafio às escolas superiores de enfermagem.
“O país precisa de mais enfermeiros especialistas e, de modo particular, especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica, de modo a garantirmos que as crianças nasçam em segurança. Além disso tudo faremos para que o enfermeiro de família seja também uma realidade nos nossos cuidados primários”, disse.
Segundo a titular da pasta da saúde, “os enfermeiros (…) são uma profissão muito diferenciada, presente em todas as estruturas de cuidados de saúde, desde a prevenção à reabilitação, que atuam com competência e dedicação. Temos de parar e pensar que futuro queremos para as profissões de saúde e, neste caso, para os enfermeiros”.
“É um compromisso que assumimos, não vos posso dizer que temos todas as soluções, porque não seria verdade, (…) mas há aqui alguns aspetos que são muito importantes”, nomeadamente, no que se relaciona com “o que é preciso fazer para que os nossos mais jovens enfermeiros fiquem, e refiro-me ao SNS, especificamente”,
No seu discurso, a ministra Ana Paula Martins realçou o papel que a Escola Superior de Enfermagem do Porto tem tido na investigação, “uma área crítica para a inovação em saúde e que soma mais de 220 investigadores internos e externos, envolvidos em cerca de 40 projetos”.
A Escola Superior de Enfermagem do Porto conta com mais de 1.700 estudantes de licenciatura, pós-graduação e mestrado.