A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, acusou esta terça-feira a utilização de recursos do Estado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, na apresentação pública do candidato apoiado pela Frelimo, Daniel Chapo, às eleições presidenciais.
Usando recursos do Estado e paralisando instituições do mesmo Estado [o Presidente da República] leva a reboque o candidato da Frelimo para apresentações públicas, o que agride a figura do chefe de Estado, que não deve atrelar-se a interesses privados”, afirmou o porta-voz da Renamo, José Manteigas, sendo que o último desses atos aconteceu na segunda-feira, na província de Sofala.
José Manteigas falava no anúncio dos nomes dos cabeças-de-lista do principal partido da oposição nas eleições das assembleias provinciais, das quais sairão os governadores provinciais.
Aproveitamos esta ocasião para manifestar o nosso repúdio ao uso abusivo dos meios públicos para fins políticos partidários e exigimos do Presidente da República para se abster destas práticas que põem em causa a harmonia social e a convivência plural”, declarou.
O porta-voz da Renamo disse que a apresentação do candidato presidencial da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) pelo chefe de Estado é um exemplo de atropelo ao princípio de eleições justas, livres e transparentes.
Filipe Nyusi, que é também presidente do partido no poder, tem apresentado Daniel Chapo em comícios promovidos para esse efeito, coincidindo com visitas de trabalho como Presidente da República.
Moçambique realiza em 9 de outubro eleições gerais, incluindo presidenciais, às quais já não concorre o atual Presidente e líder da Frelimo, por ter atingido o limite de dois mandatos previsto na Constituição.
A votação de outubro inclui legislativas, bem como para governadores de províncias e respetivas assembleias provinciais.