As exportações dos países de língua portuguesa para a China registaram o melhor arranque de ano de sempre, ao atingir 58,4 mil milhões de dólares (54,3 mil milhões de euros) nos primeiros cinco meses de 2024.

Este é o valor mais elevado para o período entre janeiro e maio desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013.

As exportações aumentaram 11,2% em termos anuais sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas cresceram 12,8%, para 48,8 mil milhões de dólares (45,4 mil milhões de euros), um novo máximo para os primeiros cinco meses do ano.

Exportações lusófonas para a China atingem novo máximo em 2023

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As vendas de mercadorias de Angola para a China aumentaram 4,7% para 7,16 mil milhões de dólares (6,67 mil milhões de euros), enquanto as exportações de Portugal subiram 10,7% para 1,24 mil milhões de dólares (1,16 mil milhões de euros).

Os dados, divulgados na terça-feira, mostram que a maioria dos países de língua portuguesa exportou mais para a China, incluindo Moçambique, cujas vendas subiram 19,6%, para 641,6 milhões de dólares (597,2 milhões de euros).

Também Cabo Verde (+21,1%) e Guiné-Bissau (+1173,3%) viram as exportações para a China aumentar nos primeiros cinco meses de 2024, embora nenhum dos dois países tenha vendido mais de seis mil dólares (5.500 euros) em mercadorias.

Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram 6,9%, para 517,3 milhões de dólares (481,5 milhões de euros), enquanto as vendas de Timor-Leste (menos 37,2%) e de São Tomé e Príncipe (menos 89%) caíram em comparação com o período entre janeiro e maio de 2023.

Na direção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 34 mil milhões de dólares (31,7 mil milhões de euros) da China, um aumento anual de 16,1% e um novo recorde para os primeiros cinco meses do ano.

O Brasil foi o maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, com importações a atingirem 28,5 mil milhões de dólares (26,5 mil milhões de euros), seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 2,55 mil milhões de dólares (2,37 mil milhões de euros).

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 92,4 mil milhões de dólares (86 mil milhões de euros) entre janeiro e maio, mais 12,9% do que em igual período de 2023 e um novo máximo para os primeiros cinco meses do ano.

A China registou um défice comercial de 24,3 mil milhões de dólares (22,6 mil milhões de euros) com o bloco lusófono no período entre janeiro e maio deste ano.

Em abril, o Fórum de Macau realizou a sexta conferência ministerial, durante a qual foi aprovado o novo plano de ação do organismo até 2027.

De acordo com o documento, a China e os países de língua portuguesa querem explorar novas áreas de cooperação, como a economia digital e a economia azul, além de fortalecer a colaboração na resposta às alterações climáticas.