A diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, defendeu esta quinta-feira que o país precisa de um plano de preparação e resposta para emergências em saúde pública “mais lato” para que todos estejam mais preparados de futuro.
“Temos de ter a nível nacional um plano de preparação e respostas para emergências em saúde pública que seja suficientemente lato para nos permitir também ter uma cadeia de comando e controlo, para que todos nós saibamos o que fazer, ter as nossas matrizes de responsabilidade e, sobretudo, estarmos mais preparados para aquilo que é o futuro”, afirmou Rita Sá Machado.
Numa sessão plenária dedicada às doenças e terapias do futuro, no Encontro Ciência, que decorre no Porto, Rita Sá Machado defendeu que “para falar dos desafios do futuro é necessária preparação“.
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“Nós sabíamos que viria uma pandemia, não sabíamos quando, nem exatamente o que ia ser, sabíamos que possivelmente era respiratório, seria um vírus, mas não sabíamos o que era. Estávamo-nos a preparar para isso. A verdade é que o nosso nível de preparação foi um nível de preparação escasso, que não envolveu todos os setores, que foi concentrado mais em algumas áreas da saúde, e portanto, temos de mudar isso”, notou.
Além de preparação para eventuais emergências, a diretora-geral de Saúde alertou para a atual crise climática que potencia o aparecimento de outras crises, como a disseminação de doenças infecciosas.
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“Estamos a tentar atrasar, mas não vamos conseguir evitar ter essas doenças cá [em Portugal]”, referiu.
Questionada pela plateia de como seria possível minimizar o impacto do surgimento dessas doenças ou ameaças face à crescente mobilidade da população, a diretora-geral da Saúde afirmou que o regulamento sanitário internacional foi alterado por forma a integrar a “lição aprendida da Covid-19”, mas que também na Direção-Geral de Saúde (DGS) esta matéria é acompanhada de forma individual, populacional e de vigilância.
Sob o lema “+Ciência para Uma Só Saúde e bem-estar global”, o Encontro Ciência arrancou na quarta-feira e decorre até sexta na Alfândega do Porto. No encontro são esperados cerca de 200 oradores.